12 milhões mais juros. É este o valor que o Sporting vai ter de pagar ao fundo de investimento Doyen depois de ter visto o Supremo Tribunal da Suíça não dar provimento ao recurso interposto pelo clube de Alvalade na sequência da primeira decisão proferida pelo Tribunal Arbitral do Desporto de Lausanne (TAS) ,também desfavorável ao clube português.

Em comunicado, o Sporting responde à decisão do Supremo dizendo que esta é mais uma situação pela qual Bruno de Carvalho tem vindo a manifestar publicamente “em inúmeras entrevistas, vergonha pelo estado em que se encontra o mundo do Futebol”.

O texto, publicado na página oficial do clube no Facebook, sublinha que os leões mantêm a mesma posição, “absolutamente convictos de que a razão nos assiste e está do nosso lado”, mesmo sabendo que havia a possibilidade de perder o processo “tendo em conta o caráter cego da Justiça”.

A nível económico, a SAD verde e branca “reitera que os impactos financeiros decorrentes desta decisão já tinham sido integralmente provisionados nas contas da Sporting SAD, não apresentando qualquer risco para as mesmas”, pode ler-se no comunicado. Além disso, o clube de Alvalade ressalva que não será necessário a venda de ativos, estando assegurado o cumprimento das regras de Fair Play financeiro, bem como o projeto de reestruturação financeira, aprovado em 2013.

Marcos Rojo, o motivo da discórdia

Tudo começou há dois anos, quando os leões e a Doyen, que investiu três milhões de euros e era detentora de 75% dos direitos económicos de Marcos Rojo, entraram em conflito após surgir a proposta do Manchester United para a venda do defesa argentino, que acabaria por sair de Alvalade por 20 milhões de euros.

A poucos dias da transferência do jogador para Inglaterra, o Sporting rescindiu unilateralmente os contratos que tinha com o fundo de investimento, alegando justa causa.

Tomada a decisão, os leões restituíram a Doyen dos três milhões de euros que o fundo tinha investido no jogador e pagaram quatro milhões de euros ao Spartak de Moscovo, clube onde jogava Rojo antes de se mudar para Alvalade e que tinha salvaguardada uma percentagem de uma futura transferência.

Adicionalmente, depois da decisão do Supremo, "em caso de futura venda do atleta Marcos Rojo pelo Manchester United acima de 23 milhões de euros, [passa também a ser conferido à Doyen] o direito a receber 75% do montante que a Sporting SAD venha a receber, que corresponde a 20% da mais-valia acima do identificado valor".

Em agosto de 2014, o Sporting anunciou que, da restante verba que recebeu do Manchester United, iria investir nove milhões de euros na construção de um novo pavilhão para o clube.