A equipa sensação tem tido dias de sonho e, na verdade, os motivos são muitos. O crescimento do clube tem sido sentido de diversas formas e cada conquista serve para enaltecer e acrescentar algo mais a esse crescimento.

O número de associados do Famalicão é um desse exemplos que ilustra na perfeição essa mesma situação. Há quatro anos existiam cerca de 1.500, mas, no ano passado, antes do arranque da época que culminou com o regresso à I Liga, 25 anos depois, este número ultrapassava os 7.000.

Nesta temporada, antes do início do campeonato, os números já tinham ascendido aos 8.500, mas agora, com a liderança, o clube conta já com 9.500 sócios, ou seja, quase o dobro da lotação do estádio, que é de 5.200 lugares.

Além disso, os jogos em casa dos minhotos são os que maior taxa de ocupação têm no campeonato esta época. A SAD esgotou a venda de lugares anuais, que andam à volta das mil cadeiras.

Este crescimento nas vendas sente-se também nos artigos de 'merchandising'. Os adeptos esgotaram os artigos disponíveis no estabelecimento aberto no início da época no centro da cidade, em duas semanas. Em números redondos, o Famalicão já vendeu cerca de 1.500 camisolas, o triplo em relação ao ano anterior.

O presidente da Câmara de Vila Nova de Famalicão, Paulo Cunha, assume-se com um "adepto ferrenho" do clube e reconhece que as vitórias e o destaque do emblema contribuem para aumentar o "reconhecimento da cidade no país e no mundo".

O autarca, que confessou a vontade de poder estar na bancada dos adeptos, de cachecol ao pescoço, revelou ainda que "no início do ano, o Estádio Municipal de Famalicão vai entrar em obras".

As obras de remodelação vão ser uma realidade e, segundo o autarca, aconteceriam "mesmo que o clube estivesse ainda na II Liga".

"O processo está em curso e acreditamos que podemos começar a obra em janeiro. Queremos que as famílias de Famalicão possam ir ao futebol como se vai ao teatro ou ao cinema, usufruindo de ótimas condições de conforto. Mas a intervenção é indiferente ao percurso desportivo. Já projetámos esta intervenção há mais de dois anos e isso estaria a acontecer caso o Famalicão estivesse em primeiro, em último ou estivesse na II Liga", reforçou.

Na rua, o entusiasmo também se sente sem grande dificuldade. Na quarta-feira, dia de feira no centro de Famalicão, por entre barracas, roupas para venda e muitos pregões, o nome do clube é dito à 'boca cheia' e com um orgulho enorme.

António e Cristiano, feirantes de profissão, têm uma verdadeira história de amor com o clube da terra. E, como em todas as histórias de amor, são feitas loucuras para se poder acompanhar o clube. António tem uma caricata e que envolve a irmã.

"Há umas semanas, no jogo com o Guimarães, tinha de estar no aeroporto para ir buscar a minha irmã às 23:00 e só cheguei lá à uma da manhã... ela não se importou, só disse para eu ir com calma", lembrou António.

Já Crisitiano não conseguiu esconder o entusiasmo em relação ao percurso do clube que ama desde pequeno.

"Acompanho o Famalicão desde sempre... Não ando nisto só porque agora o Famalicão ganha. Já apanhei muita chuva, frio, calor... e o Famalicão a jogar em escalões inferiores... e a perder. Mas o amor é exatamente o mesmo. E sei que no final desta época vou estar a festejar algo bom. Eu acredito piamente nisso. Vamos ser o novo Leicester", disse.

Com a oitava jornada à porta e a deslocação à casa do FC Porto, os ânimos não esmorecem.

"Que venha o FC Porto. Eles não vão jogar sozinhos e nós vamos sair de lá com mais uma vitória", atirou Cristiano ainda.

O Famalicão lidera isolado a I Liga portuguesa de futebol, somando seis vitórias e um empate, e o sonho de continuar na senda dos bons resultados comanda o dia-a-dia de todos no clube e adeptos.