Embora tenha ‘viajado’ entre Bucareste, Londres, Sevilha e até mesmo Lisboa (eliminação) durante os 90 minutos, Portugal acabou por agarrar o bilhete para a Andaluzia, como um dos melhores terceiros classificados da competição, face ao empate da Alemanha com a Hungria (2-2), que deixou os germânicos no segundo posto e os húngaros em quarto e fora dos ‘oitavos’, enquanto os franceses seguraram a liderança.
Em Budapeste, a eficácia do ‘capitão’ português na marca de 11 metros, aos 31 e 60 minutos, acabou por ser decisiva, sendo que, pelo meio, Karim Benzema não quis ficar atrás do ex-colega no Real Madrid e também ‘bisou’, operando a reviravolta gaulesa, aos 45+2 e 47.
Com os dois golos, os primeiros que marcou em sete jogos à França, Ronaldo não só se isolou como melhor marcador do Euro2020, com cinco, como igualou o maior ‘artilheiro’ de sempre por seleções, ao ‘replicar’ os 109 do iraniano Ali Daei.
Ainda assim, Portugal também tem de agradecer a Rui Patrício, que, pouco depois do ‘bis’ de Ronaldo, segurou o empate com uma defesa crucial para a seleção nacional, que, tal como em 2016, teve de se agarrar à ‘calculadora’ para seguir para os ‘oitavos’, nos quais vai defrontar a Bélgica, vencedora do Grupo B, no domingo, em Sevilha.
Na partida que ditou a permanência em prova, os detentores do troféu terminaram com quatro estreantes em campeonatos da Europa, todos lançados no decorrer do jogo: Palhinha, Rúben Neves, Sérgio Oliveira e Diogo Dalot, este último estreante absoluto com a camisola da seleção ‘AA’ e o 52.º jogador lançado por Fernando Santos na equipa das ‘quinas’.
Após dois jogos a lançar o mesmo ‘onze’, o selecionador decidiu mudar duas ‘peças’ no ‘xadrez’ que entrou em campo diante dos gauleses, recorrendo ao controlo e taticismo de João Moutinho, e à irreverência e ‘explosão’ de Renato Sanches, em detrimento de Bruno Fernandes e William Carvalho.
O técnico não só mexeu nos titulares, como alterou o sistema de jogo, passando do 4x2x3x1 para um 4x3x3, no qual Danilo atuou claramente como o homem mais recuado do meio-campo, ao contrário do que tinha sucedido com Hungria e Alemanha, em que fez parelha com William.
Já os gauleses apresentaram-se num 4x4x2 muito móvel e dinâmico, com Tolisso a jogar na meia direita enquanto Pogba e Kanté ‘trancavam’ o centro do terreno, permitindo que Mbappé desse alas à velocidade na banda esquerda, apoiando Griezmann e Benzema.
A estatística dos remates à baliza foi iniciada com um cabeceamento de Cristiano Ronaldo, que nem incomodou Lloris, o mesmo não se podendo dizer do que sucedeu na área contrária, em que Rui Patrício foi ‘gigante’ a opor-se à tentativa de Mbappé.
Contudo, nenhum destes lances despertou tanto entusiasmo no estádio quanto o golo que Adam Szalai marcou à Alemanha, a 700 quilómetros de Budapeste, em Munique, fazendo erguer-se a maioria húngara que esteve na Puskás Arena para ver o duelo entre os campeões europeus e os campeões mundiais.
No dia em que cumpriu a 50.ª internacionalização por Portugal, Danilo Pereira recebeu uma ‘felicitação’ nada simpática de Lloris, que acertou em cheio na cabeça do médio em plena área e lançou Ronaldo para a marca de penálti, de onde o ‘capitão’ não ‘tremeu’.
Com Moutinho e Renato a ditarem ‘leis’ no jogo, a França apresentava-se tão ‘pálida’ quanto o equipamento branco que envergou e só mesmo uma grande penalidade – muito duvidosa e só aos ‘olhos’ de Mateu Lahoz – de Nélson Semedo sobre Mbappé permitiu que Benzema empatasse o jogo, apesar dos conselhos que Pepe transmitiu a Rui Patrício, antecipando para onde bateria o antigo colega de equipa no Real Madrid.
A forte pancada que levou na cabeça deixou marcas em Danilo e o jogador do Paris Saint-Germain teve ser rendido logo ao intervalo por Palhinha, só que o estreante em campeonatos da Europa nem teve tempo de perceber onde andavam os adversários, tal a rapidez com que a França deu a volta o resultado, graças a novo tento de Benzema, isolado por Pogba.
No entanto, como não há duas sem três, Mateu Lahoz marcou mais uma grande penalidade, por mão de Koundé, e a resposta lusa chegou pelo pé direito de Ronaldo, que voltou a vencer no duelo com Lloris e ‘bisou’ no encontro.
Se o ‘capitão’ não ‘tremia’ da marca dos 11 metros, Pogba fez estremecer o poste e o coração dos portugueses, que viram Rui Patrício emergir como ‘salvador’ e evitar o terceiro dos gauleses, desviando o pontapé do jogador do Manchester United e, na sequência, uma tentativa de cruzamento de Griezmann.
Depois de ter sido chamado à convocatória devido ao infortúnio de João Cancelo, Diogo Dalot assinou a estreia pela seleção principal face ao ‘azar’ de Nélson Semedo no decorrer do segundo tempo, numa altura em que as duas seleções pareciam mais interessadas em manter o empate do que arriscarem-se a perder.
De tal forma, que o tempo de compensação foi quase passado em trocas de bola entre os jogadores, mais ainda quando se percebeu que a Hungria tinha empatado com a Alemanha e aberto caminho para a qualificação da equipa das ‘quinas’, mesmo antes de terminar o encontro na Puskás Arena.
Comentários