Após o triunfo em 2016, selado no prolongamento da final com a França pelo ‘herói’ Éder, Portugal ficou-se pelo primeiro jogo a eliminar, como em 1984, 1996 e 2008, mas na primeira ocasião nas ‘meias’ e nas duas seguintes nos ‘quartos’.

A formação das ‘quinas’ acaba, assim, pela primeira vez fora do ‘top 8’, à oitava participação, e com apenas uma vitória, sobre a Hungria, repetindo que havia feito na estreia, em 1984, então também apenas em quatro jogos, mas numa fase final só para oito.

Os comandados de Fernando Santos selaram igualmente um registo negativo no que respeita a golos sofridos, com sete, superando os seis dos Europeus de 2004 e 2008.

De positivo, apenas o facto de ter conseguido ultrapassar a fase de grupos, como nas sete participações anteriores, algo inédito entra as seleções com mais de duas presenças.

A formação das ‘quinas’ começou com um triunfo por 3-0 face à Hungria, mas num resultado claramente ‘enganador’, que ‘esconde’ as dificuldades sentidas por Portugal, empatado a zero a cinco minutos do final do encontro de Budapeste.

O conjunto de Fernando Santos só conseguiu desbloquear o marcador aos 85 minutos, com um tento feliz de Raphaël Guerreiro, após assistências do suplente Rafa, que entrou aos 71 e foi decisivo na única vitória lusa no Euro2020.

O jogador do Benfica ‘ofereceu’, depois, dois golos a Cristiano Ronaldo, ao sofrer um penálti que o ‘capitão’ transformou, aos 87 minutos, para, nos descontos, somar a segunda assistência no jogo, proporcionando o ‘bis’ ao jogador da Juventus.

Na estreia, Portugal entrou com Rui Patrício na baliza, uma defesa com Nélson Semedo, Pepe, Rúben Dias e Raphaël Guerreiro, dois médios defensivos (Danilo Pereira e William Carvalho) e Bruno Fernandes no apoio ao trio da frente, composto por Bernardo Silva, Diogo Jota e Cristiano Ronaldo.

Depois das dificuldades face aos magiares, Portugal voltou a jogar ‘fora’, agora contra a Alemanha, e Fernando Santos, apesar de o ‘onze’ não ter convencido, não fez mexidas.

A ‘mannschaft’ entrou a ‘todo o gás’ e a formação das ‘quinas’ viveu uns primeiros 10 minutos muito complicados, mas, aos 15, conseguiu adiantar-se no marcador: Cristiano Ronaldo cortou atrás, ‘sprintou’ e encostou, após assistência de Diogo Jota, lançado por um grande passe de Bernardo Silva.

Com esse resultado, Portugal ficaria logo apurado – somaria seis pontos, contra zero dos alemães -, mas a reação dos anfitriões foi implacável, arrancando com autogolos de Rúben Dias, aos 35 minutos, e Raphaël Guerreiro, aos 39.

No início da segunda parte, o ‘onze’ de Joachim Löw continuou, claramente, a ‘mandar, e marcou mais dois tentos, ambos com participação de decisiva de Robin Gosens, que assistiu Kai Havertz, aos 51, e marcou, aos 60.

Temeu-se o pior, mas, para sorte de Portugal, Löw tirou Gosens e mandou a Alemanha desacelerar, permitindo que Portugal voltasse ao jogo e que até reduzisse, por Diogo Jota, aos 67 minutos. Renato Sanches ainda atirou ao ‘ferro’.

Com o duelo com a campeão França pela frente, a situação não se afigurava fácil, mas, com o decorrer dos outros grupos, a formação das ‘quinas’ rapidamente percebeu que até poderia perder por três golos, desde que a Hungria não batesse a Alemanha.

Portugal sabia também que, pontuando, estava apurado e conseguiu esse objetivo, graças a dois penáltis ‘oferecidos’ a Cristiano Ronaldo, o primeiro após um murro de Lloris a Danilo Pereira o segundo numa mão de Koundé.

O ‘capitão’ luso aproveitou, aos 31 e 60 minutos, igualando os 109 golos de Ali Daei como melhor marcador mundial por seleções, mas, pelo meio, o seu ex-companheiro de equipa Karim Benzema também ‘bisou’, aos 45+2, de penálti, e 47.

Durante alguns minutos, no início da segunda parte, Portugal chegou a estar em quarto – face à vantagem da Hungria sobre a Alemanha, num jogo que acabou em empatado a dois -, mas acabou em terceiro, como em 2016, desta vez mesmo como o melhor terceiro.

Face aos gauleses, Fernando Santos mexeu pela primeira vez no ‘onze’, fazendo entrar João Moutinho e Renato Sanches para os lugares de William Carvalho e Bruno Fernandes.

Hoje, face à Bélgica, líder do ‘ranking’ mundial, o selecionador luso mudou mais duas peças, colocando Diogo Dalot, que se estreara como internacional ‘AA’ face aos gauleses, e João Palhinha nos lugares de Nélson Semedo e Danilo Pereira.

Num jogo muito tático, o equilíbrio foi ‘furado’ aos 42 minutos, com um ‘tiro’ de fora da área de Thorgan Hazard, que acabou por fazer toda a diferença.

Portugal atacou muito na segunda parte, perante uma Bélgica privada de Kevin De Bruyne, que não recuperou de uma entrada brutal de Palhinha, mas não conseguiu marcar, com algum azar, nomeadamente num remate ao ‘ferro’ de Raphaël Guerreiro.

Depois de ter tido ‘toda a sorte do Mundo’ em 2016, a formação das ‘quinas’ não se poderá, porém, queixar desse fator, pelo menos nos próximos 100 anos. Não foi ineficaz e está fora, passando da melhor prestação de sempre para a pior.