"Dada a gravidade do facto, a pena que poderá ser enfrentada, as graves consequências que este crime tem para a vítima [...] Parece que existe um perigo para a segurança da sociedade a liberdade do acusado", indicou a juíza responsável pelo caso na audiência de custódia.

A magistrada decretou prisão preventiva no prazo de 90 dias e ordenou a transferência de Valdivia para uma prisão em Rancagua, a 80 quilómetros da capital, Santiago. Se for considerado culpado, o chileno pode ser condenado a 15 anos de prisão.

Valdivia, de 41 anos, foi detido na madrugada desta terça-feira pela polícia poucas horas depois da suposta vítima fazer a denúncia.

O suposto crime terá ocorrido depois dos dois terem ido jantar na noite de domingo a um restaurante peruano. Após sair do local, o casal foi até a casa da mulher, onde ocorreu "uma relação consentida" com Valdivia, disse a advogada do ex-jogador numa conferência de imprensa.

Mas, segundo a denúncia publicada na imprensa local, após consumir dois piscos sour, uma bebida local, a suposta vítima acordou em sua casa sem se lembrar do ocorrido e com sinais de agressão sexual.

O ex-jogador publicou um comunicado no qual negou "taxativamente ter agredido sexualmente" a mulher. A sua advogada anunciou que vai recorrer da decisão judicial em breve.

Valdivia, que se retirou do futebol profissional em julho de 2022, atua como comentador desportivo na Rádio ADN. Após a sua detenção, a emissora suspendeu-o indefinidamente das suas funções.

"A Direção da Prisa Media [proprietária da Rádio ADN] tomou a decisão de suspender por tempo indeterminado a participação de Jorge Valdivia até que a Justiça resolva a sua situação legal", informou a empresa em comunicado.

Jorge Valdivia integrou a chamada 'Geração de Ouro' que levou o Chile à conquista da Copa América de 2015. Com 'La Roja' também disputou os Campeonatos do Mundo de 2010 e 2014.

O chileno passou parte importante da sua carreira no chileno Colo-Colo e no Palmeiras, onde se destacou como jogador criativo e com bom toque de bola.

Ele também jogou por Al-Ain e Al-Wahda, dos Emirados Árabes Unidos; Monarcas, Maztlán e Necaxa, do México; e Rayo Vallecano, da Espanha, entre outros.

A acusação contra Valdivia teve grande repercussão nas redes sociais, já que ocorreu poucos dias após a demissão do vice-ministro Manuel Monsalve, responsável pelo combate ao crime no governo de Gabriel Boric. O ministro demissionário foi denunciado pelo mesmo delito.