A chegar apenas à segunda prova da temporada do Campeonato do Mundo de Fórmula 1 em 2023, o Grande Prémio da Arábia Saudita, e já se colocam rumores de que Lewis Hamilton pode estar a considerar trocar a Mercedes pela Ferrari. O jornalista Simon Lazenby, no podcast da Sky Sports F1, colocou em cima da mesa essa hipótese, descartando uma possível entrada de Hamilton na Aston Martin, afirmando o seguinte: "Para a Aston Martin não, mas como pode colocar de parte uma mudança para a Ferrari se a Mercedes continuar assim? Ele está tão desesperado pela conquista do oitavo título que se a Ferrari conseguisse manter-se perto da Red Bull... Ainda não assinou nada com a Mercedes. Está à espera de ver como se comporta o carro este ano. Penso que a grande relação que tem com a equipa e com o Toto Wolff vai perdurar, mas nunca se pode colocar de parte uma ida para a Ferrari por parte dos pilotos, porque é o sonho deles e o Hamilton já o admitiu antes".

Mas, rumores de ligações à Ferrari não surgem agora. Já durante a temporada de 2019 se falou sobre uma possível ida de Hamilton para a equipa vermelha em 2021, na altura o ano da grande mudança de regulamentos. Na altura, Eddie Jordan colocava Hamilton e até Toto Wolff na esfera da equipa italiana. Nada se materializou, mas, os rumores vão sempre 'andar pelo ar', até porque é do conhecimento, e admitido por Hamilton, que a Ferrari é um lugar de sonho nos seus pensamentos.

Olhando para o campo da Scuderia Ferrari, e apesar de tudo o que tem acontecido nos últimos dias, a equipa italiana tem Charles Leclerc e Carlos Sainz, pilotos capazes de conquistar vitórias. A contratação destes dois pilotos pela equipa italiana mudou o panorama da Scuderia. Uma aposta nos jovens não combina certamente numa contratação de Lewis Hamilton, que este ano já fez 38 anos de idade. Por fim, a relação Hamilton/Mercedes é já algo muito 'cravado' na pele do piloto. Estão juntos desde os tempos McLaren - motores Mercedes eram fornecidos à equipa inglesa - e hoje em dia Hamilton é embaixador da marca, algo muito importante para as hostes alemãs. Impossível? Não. Muito difícil? Talvez. No fim, a decisão possivelmente será tomada sempre no final do ano. Em 2023, Hamilton certamente vai analisar a performance da Mercedes. Já no final do Grande Prémio do Bahrain, Hamilton veio a público criticar a equipa, afirmando que "não lhe tinham dado ouvidos".

Mas, pilotos trocarem de equipa na Fórmula 1 é algo comum. Menos comum, mas que aconteceu pelo menos 24 vezes desde os anos 80, é pilotos a pilotarem por duas equipas diferentes na mesma temporada. Assim, olhámos para alguns exemplos mais importantes desta questão.

Na esfera Red Bull, que detêm as equipas da AlphaTauri (antiga Scuderia Toro Rosso) e da Red Bull Racing, em 2019, Pierre Gasly e Alex Albon trocaram de equipas entre si, com Gasly a regressar à Toro Rosso e Albon a ser 'promovido' à Red Bull Racing. Também Carlos Sainz (atualmente na Ferrari), viu acontecer isso na sua carreira, quando era piloto Red Bull em 2017, trocou a Scuderia Toro Rosso pela Renault. Renault que já o iria receber em 2018, mas, os maus resultados de Jolyon Palmer ditaram a saída mais cedo do piloto britânico da equipa de Enstone.

Mas, o caso de mais sucesso na esfera Red Bull aconteceu em 2016. Max Verstappen trocava a Scuderia Toro Rosso pela Red Bull Racing, com Daniil Kvyat a fazer o caminho inverso, depois de um mau arranque de temporada, foi substituído pelo jovem dos Países Baixos no Grande Prémio da Espanha. Verstappen chegou à equipa principal da marca de bebidas energéticas e tornou-se logo vencedor, aproveitando a disputa que tirou ambos os Mercedes da corrida. Até hoje, a vitória de Verstappen coloca-o como o mais jovem de sempre a vencer na Fórmula 1, com 18 anos e 228 dias.

Mas, recuando um pouco mais no tempo, outro grande piloto da história da Fórmula 1 também teve a oportunidade de numa temporada pilotar por duas equipas diferentes. Um jovem Michael Schumacher, em 1991, vindo das corridas de resistência, substituía Bertrand Gachot na equipa da Jordan. A razão da substituição? Gachot tinha sido detido e condenado após uma altercação com um taxista britânico. Depois de uma excelente estreia, Schumacher acabaria por assinar com a Bennetton no mesmo ano. Já Gachot, depois de ter sido libertado ainda nesse ano, tentou regressar ao seu lugar na Jordan. Sem sucesso, ainda pilotou pela Larousse no Grande Prémio da Austrália, sem conseguir qualificar o carro para a corrida.

Mais recentemente temos o caso de George Russell. O atual piloto da Mercedes começou a sua carreira na Fórmula 1 na equipa da Williams. Em 2020, em plena pandemia da COVID-19, no Grande Prémio do Sahkir, Russell substituiu Lewis Hamilton (positivo à COVID-19) no carro da sua atual equipa, regressando à Williams para os GPs finais.