Na qualificação de sexta-feira, a Q3 foi interrompida quando faltavam cerca de quatro minutos para o final com uma bandeira vermelha devido à chuva que se abateu sobre o circuito de Interlagos, em São Paulo.

Verstappen, fez o seu melhor tempo com uma volta de 1:10.727s, batendo Charles Leclerc por 0,294 segundos, com o canadiano Lance Stroll (Aston Martin) em terceiro, a 0,617, a sua melhor posição em 2023 em termos de grelha de partida.

Desta forma, Verstappen conquistou a 11.ª pole position da temporada. Pior sorte teve o companheiro de equipa na Red Bull Racing, Sergio Pérez, que foi o último a tentar uma volta rápida, não conseguindo ir além do nono lugar, apenas atrás do espanhol Carlos Sainz, que ainda teve uma pequena saída de pista.

Na corrida Sprint, realizada ontem, Verstappen saiu atrás de Oscar Piastri, mas logo na primeira curva chegou à primeira posição. Daí nunca mais saiu, vencendo mais uma vez na temporada de 2023.

Já campeão desde o Qatar, Verstappen deixou Lando Norris a mais de quatro segundos. O mexicano Sergio Pérez (Red Bull) foi o terceiro, tendo tido um mau arranque, recuperando para a posição inicial na grelha.

Apesar do domínio de Verstappen, atrás do neerlandês foram várias as batalhas que aconteceram ao logo da Sprint, o que pode muito bem dar bons indícios para a corrida de domingo.

Hoje, a primeira volta será muito importante. Se as condições forem semelhantes na corrida, é provável que se veja ainda mais degradação de pneus, pois os carros estão com os tanques cheios de combustível.

Olhando novamente para a primeira volta, por exemplo, se Max Verstappen for batido na primeira curva por Charles Leclerc, ou se encontrar no pelotão por um mau arranque, então o desempenho que terá de obter dos seus pneus pode afetar o seu final de corrida - e ter um impacto nas suas hipóteses de progredir. Claro que o mesmo se aplica a todos os pilotos, e a volta de abertura pode ser decisiva para a sua corrida.

Olhando para a pista de Interlagos, e novamente para o que já se viu, as duas zonas DRS (Drag Reduction System) -- uma na reta da meta e outra na reta entre a Curva 3 e a Curva 4 -- abre as possibilidades de um piloto, que acabou de ser ultrapassado, voltar a lutar. As ultrapassagens também são possíveis no sector intermédio, onde vimos Oscar Piastri apanhar Daniel Ricciardo na Curva 8 no sábado, George Russell passar Lando Norris na Curva 10 e até Fernando Alonso 'mergulhar' por dentro de Pierre Gasly na Curva 12.

Olhando para as equipas, Aston Martin, AlphaTauri e McLaren estão bem posicionadas para obter bons resultados, enquanto a Mercedes tem tido muitas dificuldades ao longo do fim-de-semana.

Começando pela Aston Martin, Lance Stroll e Fernando Alonso compõem a segunda fila da grelha para a corrida de hoje. Estados Unidos da América e o México serviram para a Aston Martin afinar todas as atualizações que trouxeram para melhorar o carro.

A chegada ao Brasil mostrou uma Aston Martin forte. Voltas rápidas impressionantes e uma excelente qualificação. Ritmo de corrida encorajador na Sprint pode significar uma excelente operação em Interlagos.

Outra equipa que sentirá que está fora de posição é a AlphaTauri. A equipa italiana, embora tenha colocado Daniel Ricciardo em nono na Sprint e Tsunoda em sexto lugar, ambos foram capazes de pressionar a Ferrari, num desempenho admitido até pela equipa ser surpreendente. Mas, a de sexta-feira esteve longe de ser tão positiva, uma vez que ambos se ficaram apenas pela Q1 em condições adversas. Terão de tentar progredir a partir do 16.º e 17.º lugares ao longo da corrida.

A questão agora é saber qual será o AlphaTauri de domingo: se for a versão de sexta-feira, os pilotos vão ter imensas dificuldades, mas se for a de sábado, podem muito bem ser dois dos carros a proporcionar muita ação.

No outro lado da moeda, encontra-se a Mercedes. É muito provável que possa ser um problema de afinação, que se pode imaginar, agravado pela falta de treinos livres num fim-de-semana de Sprint, que limita severamente a oportunidade de todas as equipas encontrarem o compromisso certo entre o ritmo de uma volta (razoável para a Mercedes) e o ritmo longo (que parece terrível, baseado nas 24 voltas com o composto macio da Sprint de sábado).

Mas, de notar que esse ritmo longo, em termos de corrida de sábado, e nos treinos de sexta-feira, foi efetuado com o composto duro, numa pista que estava com falta de aderência em comparação ao sábado. A Mercedes vai esperar uma melhoria neste e no pneu médio, que deverão ser as escolhas para a corrida.