Em entrevista à TVI, Fernando Santos referiu ter falado com o presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, na terça-feira, e que ambos concluíram que o selecionador continua a ser o homem certo para o cargo, apesar de a formação lusa ter falhado o apuramento direto para o Campeonato do Mundo, ao perder com a Sérvia (2-1), no domingo.
“Falei com Fernando Gomes, mas não só a seguir ao jogo. Falamos sempre. Ele é extremamente exigente, tem uma forma muito objetiva de refletir e eu também sou assim. Nestes anos, fizemos sempre uma reflexão, em 2016, 2018 e 2020. Ontem [terça-feira], conversámos sobre as nossas reflexões e entendemos ambos que eu sou o homem certo para continuar à frente da seleção e para a levar ao Mundial. Se ele também pensa assim, é um fator de confiança ainda maior”, confessou.
De resto, Fernando Santos disse não ter ponderado a saída da equipa das ‘quinas’, na sequência do desaire com os sérvios, uma vez que ainda não falhou qualquer objetivo desde que assumiu o comando da seleção, em 2014.
“Não ponderei a saída. Em 2014, assumi com Fernando Gomes o compromisso de que no dia em que não alcançasse os objetivos, sairia. Sempre definimos objetivos e, até agora, todos foram cumpridos, fomos sempre apurados. Não passámos de forma direta ao Mundial, mas esta não é a primeira vez que Portugal tem de disputar um ‘play-off’. Ainda não estamos eliminados”, observou.
Contudo, deixou uma certeza, caso Portugal não ultrapasse os ‘play-offs’ de qualificação para o Mundial, em março.
“Se não for apurado nos ‘play-offs’, sairei por minha iniciativa. No dia em que algum objetivo não for cumprido, nem haverá conversa. Saio pelo meu próprio pé. Há um compromisso assumido com Fernando Gomes. Enquanto formos cumprindo objetivos, vamos continuar juntos. No dia em que não cumprir, eu saio”, salientou.
Ainda assim, o técnico mostrou-se confiante no apuramento de Portugal para a fase final da competição, ainda que tenha assumido que a qualidade do jogo luso “não tem sido a ideal” e que “tem havido muita oscilação exibicional desde 2018, desde a chegada da nova geração de jogadores, que têm características diferentes dos anteriores”.
Fernando Santos elegeu o jogo com a Alemanha, no Euro2020 (derrota por 4-2), como “o pior de todos” desde que é selecionador nacional, juntamente com o recente embate com a Sérvia.
Por outro lado, o técnico recusou que a sua ideia de jogo esteja ultrapassada e garantiu que “não há desgaste” na relação com os jogadores da seleção nacional.
“A minha relação pessoal e profissional com os jogadores é excelente. Tenho 34 anos de treinador, já passei por muitas coisas. Quando os jogadores não jogam assiduamente, há sempre alguma azia. Eu ficaria muito preocupado se os jogadores da seleção que não jogam com regularidade ficassem satisfeitos. A mensagem para os jogadores continua a passar”, disse.
Portugal perdeu no domingo, na receção à Sérvia, no último jogo do Grupo A de qualificação para o Mundial2022, falhando o apuramento direto para a fase final da competição que se disputará entre novembro e dezembro do próximo ano, no Qatar.
Por ter terminado no segundo posto do grupo, atrás dos sérvios, a equipa das ‘quinas’ irá disputar os ‘play-offs’, que serão realizados em 24 e 29 de março de 2022.
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