“Eu assumo completamente a candidatura, se, entretanto, surgir o regulamento eleitoral, que nesta altura não sabemos o que é nem como vai ser, e este encerrar em si pelo menos seis condições que consideramos que são imprescindíveis para termos umas eleições justas, transparentes e democráticas e não voltarmos a ter um processo completamente enrolado e cheio de dúvidas”, explicou à agência Lusa o empresário.

Francisco Benitez, de 57 anos, diz ter iniciado na quarta-feira a recolha de assinaturas com vista à formalização da candidatura no final do mês, que depende da apresentação de assinaturas de sócios correspondentes aos 10.000 votos exigidos pelos estatutos.

“São condições: utilização exclusiva do voto físico; contagem dos votos imediatamente após serem encerradas as urnas; acesso das listas aos cadernos eleitorais, que devem ser fechados 48 horas antes do sufrágio; acesso aos meios de comunicação do clube, nomeadamente a promoção de um debate na Benfica TV; identificação dos associados com o cartão de sócio e um documento oficial na presença de delegados das candidaturas; e voto eletrónico exclusivamente fora de Portugal continental”, definiu.

O empresário vislumbra um “momento ideal para recolher assinaturas e ouvir os benfiquistas” na assembleia-geral extraordinária, requerida pelo movimento ‘Servir o Benfica’, que vai decorrer na sexta-feira, às 20:30, no Pavilhão n.º 2 da Luz, em Lisboa.

Entre outros pontos, a sessão magna vai analisar a legitimidade das últimas eleições presidenciais, em outubro de 2020, em que Luís Filipe Vieira derrotou João Noronha Lopes, além de discutir e apreciar a proposta de um novo regulamento eleitoral.

“Esperávamos que o regulamento fosse aprovado e, a partir daí, teríamos as regras do jogo para as próximas eleições. Ora, o que o presidente da assembleia-geral fez foi esvaziá-la, ao retirar aos sócios o poder de votar o regulamento eleitoral. Pegou nesse poder e entregou-o à atual direção demissionária do Benfica, que vai aprovar um regulamento eleitoral na qual ela própria vai concorrer”, lamentou Francisco Benitez.

As eleições para os órgãos sociais do Benfica ainda não contam com candidaturas formalizadas, depois de João Noronha Lopes se ter afastado do sufrágio na semana passada, enquanto o atual presidente, Rui Costa, ainda não tomou uma posição formal.

“É interessante perceber como é que alguém que vai entrar no jogo definirá as regras. Como aceitamos essa situação, o presidente da Mesa tem este poder conferido pelos estatutos e optou desta forma, também quisemos da nossa parte definir quais são as regras mínimas para considerar que o jogo seja justo. Aí sim, entraremos com todo o gosto nesta discussão para fazer um Benfica cada vez melhor e mais forte”, apontou.

O principal objetivo da sessão é a alteração dos estatutos, prevendo a realização do ato eleitoral com votos físicos e não eletrónicos, ao contrário do que sucedeu no sufrágio de 2020, quando Francisco Benitez desistiu da corrida para declarar apoio a João Noronha Lopes, cuja lista integrou como candidato à presidência da Mesa da assembleia-geral.

“Estou muito entusiasmado, porque há muito tempo que os sócios do Benfica não se encontram para debater ideias. Que seja uma discussão franca, aberta e haja tolerância na forma como as pessoas expõem e ouvem ideias. Estão reunidas as condições para termos verdadeiramente uma assembleia-geral à Benfica, que há muito não existe. Faço um apelo para que, no fim, a direção demissionária ouça realmente com atenção o que será dito e tome isso em boa nota quando for aprovado o regulamento eleitoral”, desejou.

As eleições do Benfica decorrem em 09 de outubro, um ano depois da recondução para um sexto mandato de Luís Filipe Vieira, que estava no cargo desde 2003, mas renunciou em 15 de julho, ao ter sido detido e implicado na operação judicial ‘Cartão Vermelho’.

O ex-futebolista Rui Costa, antigo administrador da SAD e vice-presidente na direção de Vieira, assumiu a liderança de clube e SAD, mas defendeu a marcação até ao fim do ano de eleições, geradas com a demissão em bloco dos corpos sociais, em 01 de setembro.

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