Comecemos por uma espécie de aquecimento. Esta sexta-feira temos o regresso de Jorge Jesus ao campeonato português num jogo em que o SL Benfica defronta a equipa sensação da última temporada, o Famalicão. O encontro é o primeiro após a inesperada eliminação frente ao PAOK na pré-eliminatória da Liga dos Campeões. Isto, às 19h00.
Cerca de duas horas depois, não será de estranhar que dos 22 jogadores em campo, do Vitória de Guimarães e Belenenses SAD, um entre montado num cavalo branco. Exatamente, esse mesmo.
Vamos a sábado. A pandemia levou-nos a estreia do Sporting CP e do Gil Vicente, mas não faz mal. Há um escaldante FC Porto vs. Sporting de Braga para coroar o dia, depois de assistirmos à estreia do jovem Luís Freire (34 anos), treinador do Nacional, na Liga NOS.
Mais? Domingo há futebol a partir das 16h00: temos um Santa Clara vs. Marítimo, um Moreirense vs. Farense e um CD Tondela vs. Rio Ave. Segunda-feira, fechamos a primeira jornada com um Portimonense vs. Paços de Ferreira.
O campeonato português está de regresso e damos-lhe aqui uma espécie de guia de programação - com sinopses suficientemente detalhadas para que não descarte protagonistas e enredos. O guia SAPO24 para a nova temporada não é uma lista de jogadores, treinadores e estatísticas, mas antes uma série de 'filmes' para acompanhar ao longo da época, para que a ação não lhe escape.
Jesus e Darwin entram num bar
Sentimental | Saga | Ciência e Natureza
Podia ser o título de um documentário em que um cientista e um teólogo se sentam à mesa a discutir os pontos em que a evidência e a fé se tocam ou divergem, mas é antes a história nunca contada do regresso de Jorge Jesus ao campeonato português, depois de um ano e meio no estrangeiro em que treinou o Al Hilal, na Arábia Saudita, e o Flamengo, no Brasil. Neste último, conquistou o Brasileirão e a Copa Libertadores, o equivalente à Liga dos Campeões na América do Sul, tendo também conquistado o coração dos adeptos e as manchetes dos dois lados do Atlântico.
O técnico regressa ao SL Benfica, clube que representou durante seis temporadas (2009 - 2015) e onde conquistou três títulos de campeão nacional, uma Taça de Portugal, cinco Taças da Liga, uma Supertaça Cândido de Oliveira e chegou ainda a duas finais da Liga Europa de onde saiu derrotado em ambas as ocasiões, a primeira em 2012/13, frente ao Chelsea, e a segunda em 2013/14 no desempate por grandes penalidades diante dos espanhóis do Sevilha.
Diz a voz popular que voltar onde já se foi feliz não é coisa a fazer, mas perante a promessa de uma super equipa disposta a devolver a dimensão europeia aos encarnados, a que se conjugou um cenário pandémico que ameaçou o que seria o normal desenrolar das competições na América do Sul, JJ voltou. E é aqui que entra Darwin, não o biólogo, mas sim a jovem promessa uruguaia, de apelido Nuñez, que o Benfica contratou ao Almeria, clube que milita na segunda divisão espanhola, por 24 milhões de euros, fazendo assim do ponta de lança o reforço mais caro da história do campeonato português, superando os 22 milhões gastos na contratação de Raúl Jiménez ao Atlético de Madrid em 2015/16.
Aliás, será importante dizer que, apesar de Darwin ser o reforço que provavelmente ilustra melhor esta nova era no clube da Luz, outros três reforços para a atual temporada - Éverton Cebolinha (20 milhões de euros), Pedrinho (18 milhões de euros) e Luca Waldschmidt (15 milhões de euros) - entraram diretamente para o top de aquisições mais caras de sempre da Liga NOS, em consonância com alguns investimentos que o Benfica fez num passado recente e que colocaram Raúl de Tomás (20 milhões de euros) e Julian Weigl (20 milhões de euros) também nesta lista.
As novas contratações somadas ao facto de os encarnados terem conseguido manter alguns dos maiores ativos desportivos da equipa como Rúben Dias, Pizzi ou Rafa, colocam os holofotes da época 2020/21 sobre o SL Benfica. Pressure, what pressure, já dizia alguém.
São 80 milhões de euros de investimento, um valor que não reflete, por exemplo, a entrada de Jan Vertonghen, ex-Tottenham e internacional belga que chega a Lisboa para reforçar as águias a custo zero. Um valor completamente fora da realidade portuguesa e por isso a premissa é inevitável: conseguirá o Benfica ganhar como quer ganhar ou irá escorregar?
O primeiro jogo oficial de Jorge Jesus neste regresso aos encarnados esteve de longe de ser um bom primeiro indicador, pelo menos ao nível competitivo depois de ter sido eliminado na pré-eliminatória da Liga dos Campeões diante do PAOK, mesmo tendo, taticamente, mostrado grandes evoluções em relação à temporada passada.
A eliminação prematura de uma competição onde era esperada uma campanha acima da média vai pairar sobre como uma nuvem negra sobre o início de época dos encarnados e será interessante perceber como é que os pupilos de Jesus vão reagir.
Numa temporada em que um segundo lugar não pode ser um desfecho possível, há ainda espaço para uma curta metragem focada em Darwin, se o jovem uruguaio consegue ser ou não o goleador que o Benfica procura desde a saída de Jonas.
Mustang, o regresso
Emotivo | Harry Potter | Provocador
No cinema, há três tipos de sagas: as más, as de domingo à tarde e aquelas que poderiam ser infinitas que mesmo que fossem más continuariam a ser boas. De Rocky ao Mamma Mia, o leitor decida em que equipa joga, agora o que é indiscutível - futebolisticamente falando - é que o regresso de Ricardo Quaresma a Portugal para jogar e terminar a carreira no Vitória Sport Clube é um daqueles filmes que, tenha quantas sequelas tiver, todos vamos querer ver.
Sim, esta não é a primeira vez que o jovem formado no Sporting Clube de Portugal regressa a Portugal, já o fez duas vezes no FC Porto, a primeira depois de uma experiência menos feliz em FC Barcelona (2003/04), onde partilhou o balneário com glórias do futebol como Luis Enrique, Edgar Davids, Ronaldinho Gaúcho, Patrick Kluiver, Cocu ou jovens que viriam a ser os próximos grandes nomes do futebol mundial, de Messi a Xavi, passando por Iniesta, e de outra nos Emirados Árabes Unidos ao serviço do Al Ahli (2012/13), onde foi treinado por Quique Flores, mas, é importante dizer isto: em nenhuma das ocasiões chegou de cavalo branco.
O regresso daquele que foi um dos jogadores mais talentosos a pisar os relvados portugueses na primeira década do século e que foi, já com 32 anos, uma peça-chave na conquista do Campeonato da Europa de 2016 pela seleção nacional, foi anunciado com pompa e circunstância pelo Vitória de Guimarães num vídeo em que Quaresma é rei, olha para Hogwarts através do Mapa do Salteador, não tivesse sido ele conhecido por Harry Potter quando vestia de azul e branco, e recusa um Mustang, alcunha pela qual é conhecido, para seguir pela cidade vimaranense de cavalo.
Num projeto como o do Vitória, orientado por Tiago Mendes, antigo internacional português que fez carreira enquanto jogador no Benfica, Chelsea, Juventus e Atlético de Madrid, que começa agora a sua primeira aventura como técnico principal, o extremo terá antecipadamente um papel de destaque, a par de Sílvio, um nome menos sonante, mas igualmente importante no que diz respeito à construção de um balneário com mentalidade competitiva e orientadora dos jovens talentos, não só pelo peso e história da camisola que vestem, como pela importância de levar o clube de regresso às competições europeias.
Para alcançar estes objetivos, o Vitória conseguiu, desde já, uma grande vitória: manter o jovem extremo Marcus Edwards no plantel. O jovem de 21 anos, formado no Tottenham, internacional inglês pelos escalões jovens, foi o rosto maior do bom futebol praticado pela equipa na temporada passada, em que era orientada por Ivo Vieira, mas que esbarrou sempre na obtenção de bons resultados. Agora, ao lado de Quaresma, Edwards promete passar mais nove meses a ‘fazer estragos’ em Portugal.
Será curioso acompanhar e perceber se uma equipa liderada por um núcleo de uma geração, Tiago como treinador, Quaresma e Sílvio no balneário, terá capacidade de devolver o Vitória ao seu lugar no futebol português e lutar por títulos nacionais, a Taça da Liga ou a Taça de Portugal, sendo que o último troféu conquistado pelos vimaranenses foi precisamente há sete anos na prova rainha do futebol nacional, quando, treinados por Rui Vitória, venceram o Benfica de Jorge Jesus.
Top Gun - O título é o limite
Irreverente | De roer as unhas | Suspense
O Sporting de Braga é um clube insatisfeito com uma capacidade brutal de nunca perder a motivação. Os arsenalistas querem ganhar mais, conquistar mais títulos, sobretudo o tão desejado primeiro campeonato, e cada ano tem a capacidade de se reinventar formando equipas extremamente competitivas.
Este ano, para uma temporada que se espera atípica, pensar com os pés no chão não chegou e os bracarenses anteciparam-se à estreia do novo filme do Top Gun e fizeram com que Nico Gaitán, maestro argentino que durante seis épocas espalhou magia no estádio da Luz, aterrasse no Minho em grande estilo.
O 10 argentino é o rosto de uma nova época em que Carlos Carvalhal será o treinador principal, depois de no último ano a equipa ter tido quatro técnicos diferentes (Ricardo Sá Pinto, Rúben Amorim, Custódio e Artur Jorge). Juntos, num tango aéreo, a capacidade tática, a experiência e a criatividade encontram-se para fazer a equipa ir mais longe.
É importante recordar que o Braga conseguiu manter no plantel ativos com mercado lá fora, como Ricardo Horta e Paulinho, de forma a mostrar uma equipa competitiva, com um projeto credível ao ponto de fazer um jogador como Gaitán rejeitar propostas financeiramente mais vantajosas para regressar a Portugal ou Carvalhal recusar projetos de dimensão continental, como foi o caso do Flamengo que lhe queria fazer herdar a antiga equipa de JJ.
Depois de um terceiro lugar no campeonato português, de uma campanha europeia que variou entre o excelente na fase de grupos e a infelicidade logo nos dezasseis avos de final, diante do Glasgow Rangers orientado por Steven Gerrard e da conquista da Taça da Liga, os arsenalistas têm de apontar ao céu. Com um maestro de créditos firmados, um treinador de grande qualidade e um plantel que mostrou grandes exemplos de competitividade no passado e a que se juntam grandes reforços como Iuri Medeiros, André Castro e ainda o regresso de empréstimo ao Famalicão de Fábio Martins, o prefácio para uma grande época está escrito - falta ver como se desenrola o resto da história.
A arte de bem matar milionários
Enérgico | Provocador | Vida real
O FC Porto vive uma situação financeira que não lhe permite agitar o mercado como o SL Benfica, mas tem uma solidez competitiva que lhe permite sempre agitar o campeonato.
Com uma situação financeira fragilizada, obrigado a vender Fábio Silva, uma das maiores promessas da sua academia (por 40 milhões de euros ao Wolverampthon) e Vítor Silva (empréstimo com opção de compra por 20 milhões de euros também para o Wolves), os dragões têm atacado o mercado de forma cirúrgica, procurando reforçar os setores mais em falta, nomeadamente o ataque, para onde entraram Taremi, um dos melhores marcadores da última temporada, e Evanilson, um dos avançados mais promissores do Brasileirão.
Perante um Benfica milionário, concorrente direto na luta pelo título ao longo de quase 20 anos, o FC Porto apresenta uma estratégia de combate, a mesma com que na temporada passada recuperou sete pontos de desvantagem e se sagrou campeão nacional.
É esta premissa que faz, precisamente, com que o treinador Sérgio Conceição seja a grande figura da equipa: motivação pelos valores do clube e garra dentro de campo que o dinheiro não pode comprar.
Longe dos holofotes que os media focam na quase totalidade sobre os encarnados, o FC Porto prepara a nova época tranquilamente e sem grandes alaridos, mantendo a estrutura ganhadora baseada na conjugação de jogadores com muitos anos de casa e de experiência como é o caso de Pepe, Marcano ou Danilo Pereira com aqueles que serão o futuro da equipa portista como Diogo Leite, Diogo Queirós, Romário Baró e Fábio Vieira. Tudo isto numa base de talento assente em jogadores como Jesús Corona, Marega, Alex Telles, Uribe ou Marchesin.
É um FC Porto que se forma cada vez mais à Porto, sem grandes nomes, mas com os nomes que importam para lutar pelo bicampeonato e uma boa campanha europeia que ajude a resolver a situação delicada em que o clube se encontra financeiramente.
E, claro, é de suspeitar que ganhar um campeonato perante um adversário que fez um investimento tão avultado dá uma vontade especial aos jogadores e adeptos.
O leão é o rei da selva e também anda a pé
Complexo | Juventude | Renovação
Longe da capacidade de atacar o mercado do SL Benfica ou até mesmo de um FC Porto em dificuldades financeiras, o Sporting, aquele que dos ditos três grandes está há mais anos sem vencer o título de campeão nacional (18), vai enfrentar a nova época com uma equipa com poucas caras novas e assente na formação, naquele que será o B.I. dos leões orientados por Rúben Amorim.
Em Alvalade, tal como no Dragão, o papel de estrela maior do clube recai sobre o treinador. Rúben Amorim, um dos treinadores mais caros do mundo - a direção de Frederico Varandas gastou mais de 10 milhões de euros para bater a cláusula de rescisão que o técnico tinha com o Sporting Clube de Braga na temporada passada.
Com um estratégia baseada numa linha de três centrais capaz de orientar todo o modelo de jogo, algo que não é muito comum ver-se em Portugal, Amorim promete formar um Sporting competitivo capaz de se bater em todas as frentes das competições nacionais e de fazer uma boa campanha europeia.
Sem marcas de alguns dos principais rostos do clube nas últimas épocas como Mathieu, Marcos Acuña e Bruno Fernandes, os verdes e brancos foram ao mercado à procura de soluções que trouxessem experiência (Adán, guarda-redes, Antunes, defesa esquerdo, e Feddal, defesa central) e futuro (Nuno Santos, extremo, e Pedro Gonçalves, médio).
Depois de ter falhado na última jornada do campeonato o último lugar do pódio, ‘roubado’ pelo Braga que outrora havia sido treinado por Amorim, os leões querem voltar a mostrar o ADN de um grande com a aposta em jogadores da casa como Nuno Mendes, Eduardo Quaresma, Daniel Bragança ou Tiago Tomás.
Perante as fragilidades financeiras do clube e a instabilidade dos últimos anos causada quer pela invasão de adeptos à Academia de Alcochete, quer pela instabilidade da direção que sucedeu a Bruno Carvalho, altamente contestada pelos adeptos, sobretudo pelas claques, Frederido Varandas procura mostrar, no primeiro ano com o seu treinador de eleição, o ar da sua graça para os próximos anos.
Outros cinco filmes a não perder
1. O despertar da Panetera
Em maio do próximo ano, ou seja, no final da presente temporada, fará 20 anos que o Boavista venceu o título de campeão nacional, a última liga conquistada por um clube fora dos chamados três grandes.
Se isso é motivo, no jornalismo, para grandes reportagens e nos cafés para conversas que relembram um plantel que ia de Ricardo a Frechaut, passando por nomes como Litos, Petit, Rui Bento, Duda, Martelinho ou Jorge Couto, no clube é razão para relembrar ao mundo a dimensão do clube.
Terá sido talvez a partir desta nostalgia que os axadrezados surpreenderam logo tudo e todos logo no início do mercado ao apresentarem Angel Gomez como reforço, jovem promessa do Manchester United que decidiu não renovar contrato com o Red Devils à procura de mais minutos de jogo e ingressou nos franceses do Lille que decidiram fazer rodar o jogador em Portugal. Como se a chegada do internacional pelas camadas jovens de Inglaterra não bastasse, o Boavista anunciou ainda a vinda de Javi Garcia, médio defensivo que já passou por Portugal, onde jogou no Benfica, e Inglaterra, onde atuou no Manchester City. E como se estas duas contratações não fossem sonantes o suficiente, a direção do clube da cidade do Porto fez chegar ao Bessa um defesa central campeão do mundo em título, Adil Rami, um jogador que reparte a fama pelo futebol praticado em emblemas como Lille, Valência, AC Milan ou Sevilha com o facto de ter sido casado com Pamela Anderson.
A comandar este grupo inesperado de jogadores estará um dos mais jovens treinadores da I Liga, Vasco Seabra, técnico de currículo curto, mas com provas dadas. Basta olhar para a última temporada e ver que ao comando do CD Mafra, um clube que estava há um ano na segunda liga, conseguiu um quarto lugar a nove pontos de um lugar de promoção para a primeira divisão.
Com um investimento monetário e anímico deste nível não se pode esperar menos do que um Boavista a lutar pelos lugares de acesso à Europa e a entrar em campo para discutir a conquista das taças caseiras em busca de um bom ‘caneco’ para encher e brindar às glórias de hoje e relembrar os grandes feitos do passado.
2. A primeira época do resto da vida do Messi escocês
Desde que há memória que o mundo do futebol tratou ele mesmo de destruir vários jovens talentos utilizando uma fórmula muito simples: novo + nome de uma lenda do futebol mundial.
Se há 50 anos se procurava o novo Pelé, há 25 era o novo Maradona, há 15 o novo Ronaldinho Gáucho e de há 10 anos para cá os novos Cristiano Ronaldo e Lionel Messi.
Ora bem, Ryan Gauld, um jovem escocês agora com 24 anos, era para ser um desses jogadores. Apelidado de Messi escocês, chegou a Portugal com apenas 17 anos para vestir a camisola do Sporting CP e integrar a equipa B dos leões. Na turma de Alvalade, Gauld não seria feliz, tendo conseguido jogar pela equipa principal apenas em cinco ocasiões em duas temporadas, assinando, no entanto, mais de 60 jogos pela equipa secundária dos verdes e brancos.
A vida do jovem, formado no Dundee United que todos queriam que fosse Messi, acabaria por esbarrar nessa tão grande premonição que se foi arrastando em sucessivos empréstimos, primeiro ao Vitória de Setúbal, depois ao Desportivos das Aves, depois ao Farense e por fim ao Hibernian, da Escócia.
O talento do escocês era reconhecido, mas a concretização do mesmo parecia não convencer o Sporting. Assim, na última temporada, o emblema de Faro onde Gauld já tinha jogado, voltou a procurar o jogador desta vez para o contratar em definitivo. Nos Algarves, o médio ofensivo reencontrou-se com o seu melhor futebol, marcando nove golos e fazendo oito assistências que lhe valeram o prémio de melhor jogador da II Liga.
Agora, sete anos depois de chegar a Portugal, Ryan Gauld regressa à primeira divisão com motivos de sobra para ser o jogador chave deste Farense e de mostrar ao clube de Alvalade aquilo que desperdiçou.
3. João Pedro Sousa e a Pedra Filosofal
Se há pessoa que capaz de dominar os míticos poderes da pedra filosofal é João Pedro Sousa. E não, esta não é uma crença deste que vos escreve, mas sim da direção do Famalicão que após a conquista de um brilhante sexto lugar no ano de regresso ao principal escalão do futebol português volta a apetrechar o plantel do ex-treinador adjunto de Marco Silva com vários jovens talentos à procura de não deixar fugir um lugar de acesso às competições europeias.
Este Famalicão é a equipa acompanhar este campeonato. Sem nomes sonantes como Boavista ou Vitória de Guimarães, a turma orientada por João Pedro Sousa tratou de apostar no futuro e as apostas são várias, começando na baliza por Ivan Zoblin, guarda-redes emprestado pelo SL Benfica, seguindo para a defesa para Dani Morer, lateral esquerdo vindo FC Barcelona passando ainda pelo campeão europeu sub-19 pela Sérvia, Andrija Lukovic, ou pelo empréstimo de Bruno Jordão, do Wolves.
Um clube com sangue na guelra e sabedoria no banco que quer fazer história.
4. Não deixar nada por fazer
O que é que se espera de uma equipa depois de ter atingido o seu recorde de pontos na I Liga e de uma qualificação europeia? Títulos.
É com grande ânsia de construir um projeto que lhe permita lutar por troféus que o Rio Ave, após ter perdido Carlos Carvalhal para o Sporting Clube de Braga, foi buscar Mário Silva, treinador que em 2018/19 levou os ‘miúdos’ do FC Porto à conquista da UEFA Youth League.
Depois de ficarem despojados do seu melhor marcador, Taremi, que se transferiu para os dragões, os vilacondenses reforçaram a frente de ataque com um dos grandes valores jovens do FC Porto, André Pereira, e Gelson Dala, um dos ativos mais interessantes da segunda linha do Sporting. Ryotaro Meshino, médio emprestado pelo Manchester City, e Francisco Geraldes são outros dos nomes que se espera serem elementos importantes na procura de repetir a boa campanha da equipa na temporada passada.
Este ano, para além das competições em que certamente o Rio Ave quererá ser um elemento desestabilizador nos lugares cimeiros da tabela, a formação de Vila do Conde vai também querer dar o ar da sua graça na Europa do futebol.
5. Este campeonato é para jovens
Com 34 anos, Luis Freire é o mais jovem treinador a orientar uma equipa na Liga NOS, neste caso o Nacional da Madeira, equipa com a qual conquistou a subida de divisão na última temporada e foi eleito o melhor treinador da segunda divisão.
A curta carreira de Luis ganhou visibilidade quando há três temporadas conquistou com o CD Mafra o Campeonato Nacional e desde então a I Liga foi o seu limite. Agora aqui chegado, com um plantel cujos reforços estiveram longe das manchetes dos jornais, o jovem técnico tem como objetivo consolidar a presença do Nacional no principal escalão do futebol português e mostrar a sua capacidade frente a nomes como Jorge Jesus, Sérgio Conceição ou Carlos Carvalhal.
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