Vasco Ribeiro, de 47 anos, e Gonçalo Ribeiro, de 19, integram, com António Malheiro, Luís Gomes e Miguel Pinto, a equipa vice-campeã nacional universitária de ténis de mesa por equipas, mas a dupla de pai e filho competiu ainda no campeonato por pares, no início do mês, tendo vencido um jogo antes de serem eliminados.

A dupla, de Paredes, tem em comum a paixão pelo ténis de mesa e o curso: Vasco estudou Direito entre 1989 e 1994 na Universidade de Coimbra, altura em que competiu pela primeira vez em campeonatos nacionais universitários, enquanto Gonçalo está a acabar a mesma licenciatura na Universidade do Porto (UP).

Aos 47 anos, o pai decidiu inscrever-se, no início do ano letivo, no curso de História da Faculdade de Letras da UP, no qual já tinha estado inscrito em 1988, não só por “gostar muito” do curso como para poder “fazer par” com o filho em competições universitárias, revelou à agência Lusa.

“Para o Gonçalo, o ano passado foi muito complicado, com um problema de saúde do qual felizmente recuperou, e este ano achei que teria significado fazer uma coisa diferente, porque não serão muitos os casos em que pai e filho fazem equipa, e acho que este fazer equipa puxou muito por mim”, explicou.

Depois da medalha de prata por equipas, veio o torneio de pares, onde a dupla queria competir com “orgulho” e que “não fosse só folclore, com resultados”, e apesar de só terem vencido um jogo, há “toda a vontade” de voltar a participar no próximo ano.

“Eu e o meu pai já jogámos ténis de mesa em todos os cantos deste país. Foi sempre uma paixão que tivemos, que o meu pai nos incutiu e nos uniu muito”, comentou Gonçalo.

Ao lado do desporto que uniu uma família está um espírito de “desafios” e de experiências transversal às gerações. “Temos um pouco esse lema. Há muita gente que pergunta ‘porquê?’, e aquilo que eu faço, e eles também, é ‘porque não?’”, afirmou Vasco Ribeiro.

“Em termos de valores, há um muito importante que adquiri nas vivências competitivas, que é o respeito. Pelos outros e por nós próprios”, considerou Gonçalo, que destaca ainda a “experiência para lá do desporto em si” como fator essencial na prática desportiva.

O jovem atleta tem como objetivo “voltar a competir a nível federado, já na próxima época”, mas admite “jogar sobretudo por diversão”.

“Já não olho para o ténis de mesa tanto como uma guerra, onde se joga para ser melhor. O meu objetivo, agora, é ser feliz no ténis de mesa. O que me fez pensar assim vem muito de ter jogado os Universitários com o meu pai, que me deu um prazer enorme”, confessou.

A paixão pela modalidade até começou numa geração anterior, esticando a ligação da família Ribeiro ao ténis de mesa. “O meu pai é o grande responsável por tudo isto, porque me ensinou a mim e ao meu irmão a jogar, depois de aprender a jogar quando trabalhou em Angra do Heroísmo. A origem de tudo é do avô Ribeiro”, contou Vasco.

Além do ‘clã’ presente no Porto, há ainda um outro filho, Vasco, com o mesmo nome do pai, que tem 21 anos e também estuda Direito, mas na Universidade de Coimbra, e pratica ténis de mesa.

O filho mais velho, de resto, tem já garantida a presença nos Jogos Europeus Universitários, que este ano vão decorrer precisamente em Coimbra, em julho, enquanto Gonçalo vai participar, em maio, nos Nacionais Universitários singulares.

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