“Jorge Mendes foi chamado pela juíza para esclarecer o que sabe sobre este caso”, disse à agência Lusa fonte do Tribunal Superior de Justiça de Madrid, acrescentando que a audiência será a 19 de outubro próximo no tribunal de Pozuelo de Alarcón, zona nos arredores de Madrid onde vive Cristiano Ronaldo.

A juíza que está a fazer a instrução do processo convocou ainda dois colaboradores de Jorge Mendes: Luis Correia (conselheiro de imagem) e Carlos Osório (jurídico).

Mónica Gómez Ferrer tomou a decisão de ouvir os três portugueses depois de Ronaldo lhe ter dito, em 31 de julho último, que eram a sua “equipa” mais próxima de colaboradores, a quem “paga muito bem para não ter problemas e para que não façam tontarias”.

A juíza pretende determinar o envolvimento dos três na condução dos assuntos fiscais de Cristiano fiscal e apurar as suas responsabilidades na alegado fraude de 14,7 milhões de euros.

O jogador do Real Madrid afirmou, depois de ser ouvido em 31 de julho no tribunal Pozuelo de Alarcón, que “nunca” ocultou rendimentos nem teve “intenção de fugir aos impostos”.

O português sublinhou que o fisco conhece todos os seus rendimentos porque nunca escondeu “nada nem intenção de fugir aos impostos”.

Cristiano Ronaldo pediu na altura que se “deixe trabalhar a justiça”, na qual acredita e de quem espera “uma decisão justa”, dizendo ainda que não vai voltar a fazer declarações sobre o assunto até ser proferida uma sentença.

Perante a juíza Mónica Gómez Ferrer, Ronaldo assegurou que nunca teve “intenção de fugir aos impostos”, acrescentando ainda que nunca teve problemas tributários nos outros países onde viveu.

O português esclareceu ainda que a cedência de direitos de imagem a uma empresa de sua propriedade já vinha de 2004, e não quando mudou a residência para Espanha, em 2010.

Cristiano Ronaldo é acusado de ter, de forma “consciente”, criado empresas na Irlanda e nas Ilhas Virgens britânicas, para defraudar o fisco espanhol em 14.768.897 euros, cometendo quatro delitos contra os cofres do Estado espanhol, entre 2011 e 2014.

Na base da acusação estão os direitos de imagem do jogador português, ao serviço do Real Madrid desde 2009, e que, desde 01 de janeiro de 2010, é considerado residente fiscal em Espanha.

Trata-se da segunda fez que Jorge Mendes vai este ano ao tribunal de Pozuelo de Alarcón, depois de ser ouvido em junho último no caso de alegada fraude fiscal do avançado colombiano Radamel Falcao.

Além de Ronaldo e de Falcão, a empresa de Jorge Mendes, a Gestifute, representa vários outros jogadores e treinadores de primeiro plano, como os portugueses Fábio Coentrão, Ricardo Carvalho e José Mourinho e o argentino Ángel di María.