O jornalista norte-americano Grant Wahl morreu no Qatar durante a cobertura do Mundial2022. Segundo a CNN internacional, o repórter de 48 anos desmaiou no jogo Países Baixos-Argentina, na área de imprensa.

Grant Wahl recebeu "tratamento médico imediato no local" e foi depois transferido para o Hamad General Hospital. Não são ainda conhecidas as circunstâncias da morte.

De acordo com o The Guardian, Wahl referiu na segunda-feira que tinha visitado uma clínica médica no Qatar depois de se sentir indisposto."O meu corpo acabou por quebrar. Três semanas de pouco sono, stress elevado e muito trabalho podem fazer-lhe isso".

"O que tinha sido um resfriado nos últimos 10 dias transformou-se em algo mais severo na noite do jogo EUA-Países Baixos e eu podia sentir a minha parte superior do peito a assumir um novo nível de pressão e desconforto. Não tinha covid (testei regularmente aqui), mas hoje fui à clínica médica no principal centro de imprensa e disseram-me que provavelmente tenho bronquite. Deram-me uma série de antibióticos e xarope para a tosse e já me sinto um pouco melhor, mas ainda não bem", explicou.

A federação dos EUA lamentou a morte do repórter nas redes sociais. "Toda a família US Soccer está de coração partido por saber que perdemos Grant Wahl", pode ler-se no Twitter.

"Grant fez do futebol o trabalho da sua vida e nós estamos devastados por ele e a sua brilhante escrita já não estar connosco".

O US Soccer elogiou ainda a paixão e "crença no poder do jogo para fazer avançar os direitos humanos" de Wahl e deixou as condolências à mulher de Wahl, Celine Gounder, e aos seus familiares.

Celine Gounder já se manifestou no Twitter.  "Estou muito grata pelo apoio da família de futebol do meu marido Grant Wahl e de tantos amigos que esta noite se manifestaram. Estou em completo choque", escreveu.

Wahl acompanhou jogos de futebol durante mais de duas décadas, incluindo 11 Mundiais, e foi autor de vários livros sobre o desporto, de acordo com o seu site.

Recorde-se que o jornalista da CBS Sports revelou, a 21 de novembro, ter sido detido pelas forças de segurança do Estádio Ahmad bin Ali, no Qatar, por usar uma camisola com um arco-íris, antes do jogo entre os EUA e o País de Gales.

"Os seguranças recusam-se a deixar-me entrar no estádio para o EUA-Gales. 'Tens de mudar a tua camisola. Não é permitido'”, escreveu o jornalista no Twitter, referindo ainda ter ficado sem telemóvel e recusado tirar a camisola.

No Twitter, o irmão de Grant, Erik, especulou que a morte inesperada do jornalista pode estar relacionada a ameaças recentes que terá recebido após relatar abusos de direitos humanos no Qatar.

"Falei com Grant no aniversário dele [7 de dezembro]. Ele pensou que tinha bronquite. Não acredito mais que era isso. Grant disse-me que recebeu ameaças de morte. É melhor que o seu telefone esteja entre as suas coisas no hospital Hamad", escreveu.