Numa reedição da final do Mundial, a judoca portuguesa venceu na final a coreana Hyeonah Lee, com um ‘wazari’ a 17 segundos do fim do combate, e assegurou o segundo título de campeã surdolímpica da carreira.
“Estou muito orgulhosa, é uma grande emoção conquistar este ouro. Esta medalha é fruto de muito esforço, de muito trabalho e tenho que agradecer ao meu treinador, que é como um pai para mim. Foi uma final muito suada e muito sofrida, há muita gestão que tem que ser feita, estamos a competir com os melhores dos melhores, mas agora o ouro é nosso”, declarou a judoca, citada pelo Comité Paralímpico de Portugal.
Esta é a primeira medalha portuguesa nos Jogos Surdolímpicos Caxias do Sul 2021, conquistada no segundo dia de competição.
Depois de ter sido porta-estandarte da delegação portuguesa, na cerimónia de abertura realizada no domingo, a atleta do Judo Clube do Algarve, de 32 anos, chega ao objetivo assumido, na sua primeira participação nos -57 kg - antes, competia em -63 kg.
Em outubro passado, sagrou-se campeã mundial, em Versalhes, França, o que a catapultou para o estatuto de favorita.
Na sua quarta participação em Jogos Surdolímpicos, Joana Santos manteve a tradição de conquistar medalhas, depois de ter alcançado o ouro em Taipé2009, a prata em Sófia2013 e o bronze em 2017.
Joana Santos é a única mulher numa comitiva de 12 atletas. Licenciada em design de comunicação, área na qual faz trabalhos pontuais, e com um filho de três anos, Joana Santos divide o tempo entre o judo e a família, algo que mudará depois da competição no Brasil, já que pretende dedicar-se mais à família.
Também na jornada competitiva de hoje, o nadador Tiago Neves foi 10.º classificado nos 50 metros bruços, com o tempo de 31,89 segundos, que é recorde nacional.
Os Jogos Surdolímpicos Caxias do Sul 2021, adiados no ano passado devido à pandemia de covid-19, contam com a presença de cerca de 4.500 atletas de 100 países, para competirem nas 20 modalidades do calendário surdolímpico.
Portugal, que estará representado em seis modalidades, somará a sua oitava participação nesta competição, em que conquista a 14ª medalha.
O evento é organizado pelo Comité Internacional de Desporto para Surdos (ICSD), criado em 1924 e que em 1955 foi admitido pelo Comité Olímpico Internacional como federação internacional.
Para participar nos Jogos, os atletas devem ter perdido 55 decibéis no seu “ouvido melhor”, não sendo permitido o uso de quaisquer aparelhos ou implantes auditivos.
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