Após três semanas de audiências e 23 horas de deliberações durante vários dias, a juíza Hilary Manley libertou os jurados das suas responsabilidades devido à sua incapacidade de decidir sobre as acusações contra o ex-avançado galês.

Giggs, de 48 anos, foi acusado de agredir a sua ex-namorada, Kate Greville, e a sua irmã mais nova, além de exercer um comportamento controlador e coercivo.

A Justiça britânica pode agora decidir convocar um novo julgamento.

O caso levou à demissão de Giggs do cargo de selecionador do País de Gales, em junho, apesar de não desempenhar, efetivamente, essas funções desde novembro de 2020, quando as acusações foram tornadas públicas.

“Tal como já foi tornado público, declarei-me inocente das acusações criminais que enfrento no tribunal de Manchester. Apesar de ter confiança no processo judicial, teria gostado que o caso se encerrasse antes, para poder seguir com as minhas responsabilidades como treinador", disse Giggs, na altura.

Durante o julgamento, Giggs emocionou-se, descrevendo a sua noite na prisão, após ser preso a 1 de novembro de 2020, como "a pior experiência" da sua vida. "Estava com medo. Isto nunca tinha acontecido comigo antes, eu estava com tanto medo", disse.

O ex-jogador alegou que o incidente, que ocorreu em sua casa nos arredores de Manchester, começou quando ele e a sua ex-parceira começaram a lutar pelo controlo de um telemóvel.

O relacionamento dos dois deteriorou-se, mas Giggs, que reconheceu nunca ter sido fiel às suas sucessivas parceiras, considerava que ainda estavam numa relação, continuou.

Durante a luta, "perdemos completamente o equilíbrio porque escorregamos em sacos de compras" na cozinha, contou. Depois da queda em que "as nossas cabeças colidiram, vi que ela estava mal", acrescentou Giggs, questionado pela acusação.

Giggs alegou ter-se afastado imediatamente. A irmã de Greville, Emma, que estava presente no local, chamou a polícia, acusando também o ex-jogador de futebol de lhe dar uma cotovelada no maxilar. O ex-jogador negou a acusação e disse nunca ter cometido violência contra mulheres.

Interrogado pelo representante do Ministério Público, Peter Writhg, sobre a sua predisposição para "fazer coisas quando está com raiva, que depois se arrepende", o ex-atleta respondeu "sim".

Como jogador, Giggs ganhou 13 títulos da Premier League e dois da Liga dos Campeões com o Manchester United. Foi escolhido em janeiro de 2018 para liderar a seleção do País de Gales, com a qual chegou aos oitavos de final do Euro2020, disputado no ano passado.