Os campeões nacionais em título, que foram a equipa sensação dos oitavos de final, ao deixarem pelo caminho a Juventus e Cristiano Ronaldo, não têm muito por onde escolher, como era previsível em fase tão adiantada da competição.

Em 2003/04, há 17 anos, quando conquistou o seu segundo cetro europeu, o FC Porto defrontou nas últimas três ‘etapas’ Lyon, Deportivo e Mónaco, equipas que, sem menosprezo pelo seu valor, estão a ‘quilómetros’ da valia do atual ‘top 8’.

Ainda assim, e sabendo-se já de antemão que sairá em sorte aos comandados de Sérgio Conceição um adversário muito complicado, há uns mais do que outros, sendo que, pelo que têm jogado, o Bayern Munique e o Manchester City parecem inacessíveis.

Detentores do título, os bávaros vão numa série de 19 jogos sem perder (18 vitórias e um empate) na ‘Champions’, que inclui, por exemplo, um 8-2 ao FC Barcelona, na época passada, e um 4-0 ao Atlético de Madrid, na fase de grupos da presente edição.

O ‘onze’ de Hans-Dieter Flick afigura-se como um dos principais candidatos a conquistar o troféu e a entrar na história da prova como a segunda equipa na ‘era Champions’ (desde 1992/93) a revalidar o título, depois do Real Madrid (2015/18).

A par dos bávaros, que procuram também igualar os sete títulos do AC Milan no segundo lugar do ‘ranking’ da principal prova europeia de clubes, surge o Manchester City, de Pep Guardiola, que o FC Porto já encontrou na fase de grupos.

Os líderes destacados da Premier League, que contam no ‘onze’ base com Rúben Dias, João Cancelo e Bernardo Silva, bateram em casa o FC Porto por 3-1, e, depois, não sofreram mais nenhum golo nos sete jogos seguintes, incluindo no Dragão (0-0).

A ‘Champions’ é a ‘obsessão’ dos ‘citizens’, que só chegaram uma vez às meias-finais (2015/16), e também de Guardiola, vencedor de dois troféus (2008/09 e 2010/11), mas no início da carreira, quando orientou o FC Barcelona, de Lionel Messi.

No patamar seguinte, surgem o vice-campeão em título Paris Saint-Germain, de Danilo Pereira, e o campeão de 2018/19 Liverpool, de Diogo Jota, que estão a efetuar épocas muito irregulares a nível interno, muito por culpa das lesões.

Os franceses, que já afastarem o FC Barcelona e Lionel Messi, têm jogado inúmeras vezes sem o brasileiro Neymar, enquanto os ingleses perderam logo a abrir a época a grande referência defensiva, o central holandês Virgil van Dijk, aos quais se seguiram Joe Gomez, Matip e Henderson.

Ainda assim, o PSG, de Maurício Pochettino, que levou o Tottenham à final em 2018/19, tem uma equipa de grande qualidade, liderada pelo explosivo Kylian Mbappé, autor de quatro tentos face ao ‘Barça’. O título europeu também é ‘obsessão’ em Paris.

Por seu lado, o Liverpool, de Jürgen Klopp, continua a ter um ataque temível, com Salah e Mané, mais Firmino ou Jota, e, com a ‘Premier League’ perdida, vai, certamente, apostar tudo em arrebatar a ‘orelhuda’ pela sétima vez.

Igualmente ‘sofrível’ no campeonato interno, o Real Madrid é o ‘monstro’ dos ‘quartos’, pois se o seu futebol não convence, a verdade é que se faz acompanhar de um historial ímpar: 13 vitórias na ‘Champions’, incluindo quatro nos últimos sete anos.

Os ‘merengues’ já não têm Cristiano Ronaldo, mas continuam a ter Benzema, Sergio Ramos, Kroos, Modric, Casemiro, Varane ou Courtois, que, comandados pelo francês Zinédine Zidane, não ‘podem’ ser afastados do lote dos favoritos.

Por seu lado, o Borussia Dortmund, campeão europeu em 1996/97, e o Chelsea, vencedor da prova em 2011/12, surgem como ‘outsiders’, e, não sendo favoritos, parecem ter potencial para poder afastar qualquer adversário.

O jovem avançado norueguês Erling Haaland é a grande ‘arma’ dos germânicos, um jogador que, aos 20 anos, ostenta números irreais na Liga dos Campeões: em 14 jogos, soma 20 golos – Messi precisou de 40 encontros e Ronaldo de 58.

Por seu lado, o Chelsea vale mais pelo coletivo, num misto de jogadores jovens e experientes, sendo que não sabe o que é perder (nove vitórias e quatro empates) desde a chegada do treinador Thomas Tuchel, que na época passada conduziu o PSG à final.

FC Porto perdeu todas as eliminatórias com possíveis adversários nos quartos

O FC Porto soma 11 eliminações em 11 eliminatórias a duas mãos com o conjunto dos sete possíveis adversários nos quartos de final.

Os ‘dragões’ conseguiram bater por 2-1 o Bayern Munique na final da Taça dos Campeões de 1986/87, mas, em dois jogos, caíram três vezes face aos bávaros e ao Liverpool, duas com o Real Madrid e uma com Chelsea, Manchester City e Borussia Dortmund.

O Paris Saint-Germain é a única equipa que o FC Porto nunca encontrou numa ‘mata mata’, registando-se quatro duelos na fase de grupos da ‘Champions’, com dois triunfos parisienses, contra um dos portistas, que também perdem nos golos (2-4).

As equipas que mais vezes afastaram os ‘dragões’ foram o Liverpool e o Bayern Munique, que já se ‘vingou’ três vezes do desaire de Viena, selado com golos do argelino Madjer e do brasileiro Juary, a ‘arma secreta’ de Artur Jorge.

Depois desse embate, os alemães afastaram os portuenses três vezes nos quartos de final da principal prova europeia de clubes - nos quais se podem reencontrar -, em 1990/91, 1999/00 e 2014/15, nesta última com um 6-1 em casa, após um 1-3 no Dragão.

No total, o FC Porto contabiliza duas vitórias, dois empates e três derrotas, com 9-14 em golos.

Face aos ‘reds’, o registo é bem mais negativo, pois o FC Porto não soma qualquer vitória ou final conquistada: nas três eliminatórias, os ingleses passaram, nas duas últimas de forma bem clara, 5-0 em 2017/18 e 6-1 em 2018/19.

Os ‘azuis e brancos’ apenas conseguiram três empates, para oito derrotas, e outros tantos três golos marcados, contra 18 do conjunto da cidade dos Beatles.

A formação portuguesa também nunca venceu o Manchester City (quatro jogos, dois deles na fase de grupos de 2020/21) e o Borussia Dortmund (dois), equipas face às quais caiu nos 16 avos de final da Liga Europa, de 2011/12 e 2015/16, respetivamente.

Dos sete possíveis adversários nos ‘quartos’ da ‘Champions’ de 2020/21, o conjunto que o FC Porto mais vezes defrontou nas taças europeias foi o Real Madrid, num total de 12 jogos.

Os portistas somam dois triunfos, um empate e nove derrotas (10-23 em golos) com os ‘merengues’, face aos quais ‘tombaram’ duas vezes, mas há muitos anos, sempre na segunda ronda da Taça dos Campeões, primeiro em 1979/80 e depois de 1987/88.

Os últimos duelos aconteceram na fase de grupos da edição de 2003/04, que o FC Porto arrebatou, com os ‘galácticos’, de Carlos Queiroz, a imporem-se por 3-1 nas Antas, num embate em que Zidane, atual treinador, fechou a contagem. No Bernabéu, com as duas equipas já apuradas, registou-se um empate a um golo.

Face ao Chelsea, os ‘dragões’ também somam dois triunfos, em oito jogos, e foram afastados na única eliminatória entre ambos, nos oitavos de final da Liga dos Campeões de 2006/07, ainda com José Mourinho, ‘roubado’ ao FC Porto, a comandar os ‘blues’.

No total de todos os embates com as equipas do ‘top 8’ da Liga dos Campeões, o FC Porto soma sete vitórias, nove empates e 29 derrotas (33-83 em golos), em 45 jogos.

O sorteio dos quartos de final – e também das meias-finais – da Liga dos Campeões em futebol realiza-se na sexta-feira, pelas 12:00 locais (11:00 em Lisboa), e não contempla cabeças de série ou qualquer outro tipo de restrição.

Os quartos de final serão jogados em 6 e 7 de abril (primeira mão) e 13 e 14 (segunda), com os apurados a seguir para as meias-finais, em 27 e 28 de abril (primeira) e 04 e 05 de maio (segunda). A final está agendada para 29 de maio, em Istambul.