Em conferência de imprensa de antevisão à partida, no Estádio da Luz, o português Luís Castro perspetivou um jogo semelhante ao da primeira mão, em Kharkiv, que o Shakhtar Donetsk venceu por 2-1, mas “em que as duas equipas se equivalem”, rejeitando jogar para o empate devido à vantagem alcançada.
“Antes de um jogo, nunca fui capaz de dizer a uma equipa minha que íamos entrar em campo para empatar. O nosso objetivo é sempre ganhar, mesmo com hipóteses reduzidas que isso aconteça. [Na primeira mão] Estivemos por cima grande parte do tempo, mas as hipóteses eram divididas. Esperamos sair vitoriosos da batalha de Lisboa”, sublinhou.
O treinador português não considera que o Benfica esteja a passar por uma crise de resultados, pois perdeu com três equipas “fortes” — FC Porto, Sporting de Braga e Shakhtar Donetsk — e frisou que os ucranianos venceram o primeiro jogo porque foram mais competentes que o adversário.
“Eu duvido muito das crises dos clubes. Acredito em zonas do ano mais complexas. Perder com equipas que toda a gente reconhece que são fortes é crise? Crise é perder com equipas que estão a lutar para não descer, de forma seguida. Ganhámos ao Benfica porque fomos mais competentes que um bom Benfica”, explicou.
Luís Castro, de 58 anos, revelou que os seus jogadores “estão totalmente identificados” com as diferentes dinâmicas apresentadas pelo Benfica nos jogos recentes, esperando que o Shakhtar Donetsk repita o que fez na primeira mão e não perca a sua identidade.
“É um trabalho duro, de muita observação. Montar a estratégia para este jogo sem perder a identidade é muito complexo. Na primeira mão, conseguimos não perder a identidade e é isso que procuraremos amanhã [quinta-feira]. Vamos tentar não dar os espaços que o Benfica quer e procurar espaços que o Benfica não nos quer dar”, realçou.
O técnico notou um Benfica “mais condensado” no meio-campo na partida diante do Gil Vicente, que as ‘águias’ venceram por 1-0 e disse que é trabalho dos treinadores reagir, assegurando que “os jogos mais difíceis para o treinador são claramente estes”.
“É natural que, num jogo a eliminar, haja momentos muito críticos para os treinadores. [Estes jogos] Obrigam a um gelo permanente quando está tudo a arder. Um dos treinadores vai estar em desvantagem a 10 ou 15 minutos do fim e alguém vai ter de reagir”, ressalvou, acrescentando que “as grandes equipas têm jogadores de grande qualidade para colocar em campo e o Benfica tem”.
O lateral-esquerdo brasileiro Ismaily, que já representou Estoril Praia, Olhanense e Sporting de Braga, considerou que o Shakhtar Donetsk foi superior ao Benfica na primeira mão, mas espera uma equipa do Benfica “muito qualificada” e que “trará dificuldades”.
“Demos o máximo e sabíamos que era um jogo importante. Acredito que isso se tenha refletido dentro de campo. Espero que agora estejamos ainda melhor e consigamos fazer um bom jogo”, disse.
Shakhtar Donetsk e Benfica defrontam-se na quinta-feira, a partir das 20:00, no Estádio da Luz, a contar para a segunda mão dos 16 avos de final da Liga Europa.
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