A Liga MEO Surf está de volta. O circuito nacional que apura os campeões nacionais arranca na Figueira da Foz, praia do Cabedelo, nos próximos dias 28 a 30 de março e termina no fim de semana de 24 a 26 de outubro, em Peniche, em Supertubos.

Um tudo começa e tudo termina que em nada muda o desenho do mapa competitivo que acolheu as cinco etapas dos últimos anos do Campeonato Nacional Open.

A longa e famosa direita do Cabedelo abre a 15.ª edição, tiro de partida dado pelo quarto ano consecutivo na praia da Região Centro, na fronteira sul da Foz do Rio Mondego. Supertubos, onda de categoria mundial, será, pelo quinto ano ininterrupto, a última paragem da 1.ª divisão do surf nacional.

A restante rota mantém-se inalterada desde 2022 com as passagens no Porto, Matosinhos (25-27 de abril), Ericeira, Ribeira d’Ihas, (16-18 de maio) e Açores, Ribeira Grande (13 a 15 de junho). Porto e Ericeira assumem-se como as residências oficiais e completam o pleno de 15 anos de Liga MEO.

Ribeira Brava, no meio do Atlântico, completa, em 2025, quatro anos seguidos de acolhimento dos melhores surfistas nacionais. De fora ficam outras praias e regiões. No passado, o circuito nacional estacionou em Sintra, Praia Grande (2011, 2015, 2016, 2017, 2018, 2020 e 2021), Cascais, Guincho (2016 a 2021), visitou o Algarve, Aljezur (2014 e 2019) e, ainda mais recuado no tempo, foi até à Costa da Caparica (2013 a 2016), praia do Marcelino e Carcavelos (2011 e 2012).

“Temos um calendário desportivo sólido”

“Não conseguimos a ir a todas as regiões do país, mas acredito que temos um calendário desportivo sólido”, referiu Francisco Rodrigues, presidente da Associação Nacional de Surfistas (ANS), durante a conferência de imprensa de apresentação do calendário 2025 que decorreu na Quiksilver Boardriders Ericeira.

A agulha da competição está virada para o litoral Oeste, Centro e Norte, e Açores, mas compensação em relação ao Sul do país será dada com o circuito Junior Tour.

“Em termos de calendário da ANS colmatamos este ano uma lacuna e teremos uma competição no Algarve, Portimão, que recebe a primeira etapa do Junior Tour (8 e 9 de março)”, divulgou. Trata-se de um regresso ao Sul depois da principal competição nacional ter por ali passado, pela última vez, em 2019.

O circuito dos surfistas mais novos passa ainda no Porto e Matosinhos (3 e 4 de maio), Aveiro (21 e 22 de junho) e termina em Santa Cruz (26 e 27 de julho).

“Acaba por ser na Liga que temos o exame final”

À imagem dos últimos anos, Liga MEO Surf e competições internacionais cruzam-se no calendário dos surfistas nacionais com aspirações no Qualifying Series (QS), circuito regional de qualificação da WSL e no Challenger Series (CS), antecâmara do Championship Tour, prova de elite da Liga Mundial de Surf (WSL).

A Associação Nacional de Surfistas está atenta e o desenho das cinco etapas reflete isso mesmo. “A compatibilização de calendários nacionais e internacionais e a agenda dos surfistas é um dos principais critérios no fecho das datas”, explicou ao SAPO24 Francisco Rodrigues, presidente da ANS, responsável por erguer o campeonato nacional desde 2010, sucedendo na organização à Federação Portuguesa de Surf (FPS).

“Fazemos, e isso resulta do calendário nacional, uma maior concentração na primeira metade em relação à segunda, que tem mais provas internacionais”, acrescentou.

Francisco Rodrigues puxa dos galões da prova organizada pela ANS e eleva a Liga MEO Surf, 1.ª divisão do surf nacional, à categoria de “exame final” para os surfistas portugueses.

“Em Portugal, fala-se muito de outro tipo de eventos e competições no surf, e por vezes esquecemos a missão nobre da Liga que é projetar as Teresas, os Guilhermes, os Ordonhas e as Gabrielas, que fazem parte da nossa geração da Liga MEO e que é um dos nossos desígnios”, sublinhou na apresentação do calendário 2025.

“Acaba por ser na Liga que temos o exame final. É aqui que o Francisco Ordonhas e o Guilherme que realmente vão dizer quem é o melhor, que o Jaime Veselko, melhor júnior da Liga, lhes vai dificultar a vida, que a Teresa e a Gabriela disputam vitórias, é aqui que eles têm de mostrar que merecem as nossas palmas”, exemplificou.

Do tri à meia dúzia de títulos 

Guilherme Ribeiro, 23 anos e Teresa Bonvalot, 25, entram na 15.ª edição da Liga MEO Surf na qualidade de campeões nacionais em título.

Vencedor em 2022 e 2024, “Gui” Ribeiro quer terminar a temporada tal como vai começar. Vestido de licra amarela Go Chill e coroado tricampeão nacional numa competição que conheceu três campeões nos últimos cinco anos, Frederico Morais (2020), Vasco Ribeiro (2021) e Joaquim Chaves (2022).

“Quero chegar a esse número já este ano”, afirmou aos jornalistas o surfista da Costa da Caparica (ASCC) à margem da conferência de imprensa de apresentação do circuito que apura os campeões nacionais.

À procura de um número redondo está Teresa Bonvalot, pentacampeã nacional (2014, 2015, 2020, 2022 e 2024). Nada mais, nada menos que o sexto título na 1.ª divisão do surf português, feito que a colocaria a uma mão cheia de títulos (5) de distância da recordista Patrícia Lopes, 11 vezes campeã nacional.

“Os títulos acabam por ser uma consequência dos objetivos que ponho em cada prova que entro. Não sei em quantas etapas entrarei, mas sei que entro sempre para ganhar”, sublinhou a surfista do Sporting Clube de Portugal.

Teresinha tem mantido um duelo acesso na luta pelo primeiro lugar nacional com Francisca Veselko (campeã em 2021 e 2023) e reconhece que a “maior adversária” é ela própria. “Tenho dito isso em várias entrevistas. A maior minha maior adversária sou eu mesmo”, reconheceu.

A conferência de imprensa da apresentação da 15.ª edição da Liga MEO Surf desvendou ainda uma surpresa anunciada por Francisco Rodrigues e Tiago Pires, ex-surfista de elite e primeiro português a competir no circuito mundial.

“Os líderes dos respetivos rankings, feminino e masculino, após a etapa dos Açores e antes da última, em Peniche, vão receber um convite especial para entrarem no Quiksilver Fest 2025, em Hossegor, França, previsto para setembro e que reúne alguma da nata do surf mundial.

“Os dois surfista que beneficiem desta surpresa vão beneficiar de uma exposição mediática”, antecipou Tiago “Saca” Pires. “O caminho da Liga MEO Surf é também criar oportunidades para os surfistas portugueses”, disse ainda o presidente da ANS.

CALENDÁRIO: Liga MEO Surf 2025

28 a 30 de Março - Allianz Figueira Pro

25 a 27 de Abril - Porto Pro

16 a 18 de Maio - Allianz Ericeira Pro

13 a 15 de Junho - Allianz Ribeira Grande Pro

24 a 26 de Outubro - Bom Petisco Peniche Pro

Campeões Nacionais 

Masculino:

Vasco Ribeiro – 5 títulos (2011, 2012, 2014, 2017, 2021)
Ruben Gonzalez – 4 títulos (2004, 2005, 2006 e 2008)
Frederico Morais – 3 títulos (2013, 2015 e 2020)

José Gregório – 3 títulos (1997, 2003 e 2007)

João Antunes – 3 títulos (1994, 1996 e 1998)

Miguel Blanco – 2 títulos (2018 e 2019)

Justin Mujica – 2 títulos (1999 e 2010)

Surfistas com um título nacional: Bruno Charneca, Almir Salazar, Rodrigo Herédia, Marcos Anastácio, Paulo Rodrigues, Gustavo Gouveia, Tiago Pires, João Guedes, Pedro Henrique e Joaquim Chaves.

Feminino

Patrícia Lopes, 11 títulos (1995, 1996, 1997 a 2006)

Teresa Bonvalot, cinco títulos (2014, 2015, 2020, 2021, 2024)

Teresa Abraços, 3 títulos (1992, 1993 e 1996)

Francisca Veselko, dois títulos (2021 e 2023)

Francisca Santos, dois títulos (2007 e 2010)

Maria Abecassis, dois títulos (2011 e 2012)

Carina Duarte, dois títulos (2028 e 2013)

Carolina Mendes, dois títulos (2017 e 2018)

Yolanda HopkinsCarina Duarte, Joana Rocha e Camilla Kemp, um título