Em entrevista à CMTV, o líder dos ‘encarnados’ explicou que a reunião com o Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), na segunda-feira, ajudou a denunciar o que entende ser o “ambiente à volta desta indústria, que começa a ser preocupante” e que se relaciona com “o que acontece na arbitragem”.
“O que está a suceder tem muito a ver com o condicionamento que existe hoje na arbitragem”, adiantou o dirigente, que detalhou que a reunião serviu para “saber o que é que o CA está a fazer”.
“É público que árbitros se queixaram à polícia, é público que foram ao Centro de Treinos da Maia (onde os árbitros foram interpelados, em janeiro, por dois elementos alegadamente dos Super Dragões). Viemos a saber, na reunião, que já estão a ser tomadas algumas medidas”, acrescentou Vieira, que se mostrou “um pouco descansado” por isso.
O presidente das ‘águias’ frisou as ideias já expressas em comunicado divulgado na segunda-feira, depois da reunião, em que o clube considerou que “a ausência de sanções no âmbito disciplinar verdadeiramente punitivas daquelas situações” levam a “um clima de impunidade que acentua a necessidade de serem tomadas medidas urgentes em nome da credibilidade das competições e devida proteção das equipas de arbitragem”.
O dirigente ‘atirou-se’ ainda “aos clubes que vieram reunir-se às escondidas” e à “suspeição generalizada” que é lançada sobre “qualquer jogo do Benfica ou do FC Porto”.
“Uma hora depois do jogo, qualquer lance é escrutinado, e isso cria uma suspeição generalizada”, frisou, considerando que os “indícios de coação, intimidação e impunidade” afetam também os castigos a dirigentes de clubes.
“Há uma impunidade muito grande em relação a determinados dirigentes”, salientou, considerando ainda que “todos os clubes são prejudicados e beneficiados” ao longo da temporada, embora surjam erros que não consegue “deixar em claro”.
“O problema que se passa este ano é que o Benfica é tricampeão, as pessoas não estavam habituadas e o ‘tetra’ está a fazer confusão a muita gente”, rematou Luís Filipe Vieira.
Na terça-feira, o diretor de comunicação do FC Porto, Francisco J. Marques, acusou os 'encarnados' de terem o objetivo de coagir a arbitragem quando solicitaram a reunião com o CA, afirmando que "o Benfica foi o oitavo clube a pedir a reunião ao organismo, no entanto, foi o primeiro a publicitá-la".
"Pediram essa reunião para criar uma onda mediática e condicionar os árbitros. Este pedido, como foi feito e depois publicitado, serviu apenas para coagir as equipas de arbitragem", disse Francisco J. Marques, sublinhando que essa pressão já teve alguns resultados.
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