Luís Filipe Vieira reage às acusações do Ministério Público: "não existe qualquer facto que permita a imputação à Benfica SAD dos crimes"

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O presidente do Sport Lisboa e Benfica fez uma declaração à comunicação social às 20:30, em resposta às acusações que o Ministério Público fez a dois funcionários judiciais, à SAD do Benfica e a Paulo Gonçalves no âmbito do caso "e-toupeira". O líder do clube das águias reafirmou a inocência do Benfica e prometeu continuar a colaborar com as autoridades.
Luís Filipe Vieira reage às acusações do Ministério Público:
MIGUEL A. LOPES/LUSA

Luís Filipe Vieira reiterou a inocência da SAD do Benfica no processo "e-toupeira", considerando que "na dita acusação não existe qualquer facto, mesmo que indiciário, que permita a imputação à Benfica SAD dos crimes aí descritos. Nem existe qualquer conduta, circunstaciada no tempo, modo e lugar, que relacione a Benfica SAD com qualquer dos crimes aí descritos".

Relativamente ao processo, Luís Filipe Vieira indicou que a alegada inocência do clube é motivo para "que a nenhum membro do concelho de administração da Benfica SAD foi feita qualquer imputação nem contra nenhum deles foi deduzida qualquer acusação". O líder dos encarnados disse também que "a Benfica SAD não pode deixar de repudiar e indignar-se quanto ao tempo modo e forma como se viu envolvida nesta acusação, sem assistência de qualquer fundamento sério que o justifique".

O presidente do Benfica diz que o clube irá manter a mesma postura que tem vindo a tomar, defendendo que "a acusação em nada vem alterar a certeza já anteriormente afirmada da total licitude e comportamentos da atuação da Benfica SAD".

Luís Filipe Vieira assegurou também aos benfiquistas que "continuará a defender de forma intransigente a reputação do Benfica, que prestará toda a colaboração ao sistema judicial e espera com a maior brevidade demonstrar a sua inocência neste processo ou noutros onde tenha sido infundadamente envolvido."

O presidente do clube das águias relembrou também a massa associativa de que "até à presente data, todas as decisões administrativas e judiciais de caráter definitivo" foram favoráveis ao Benfica e que, apesar do "debate comunicacional" e dos"tradicionais julgamentos em praça pública" que continuarão a haver, tais fenómenos "em nada alteram a confiança e a independência dos tribunais e a certeza que as decisões judiciais definitivas limparão o bom nome e a honra do Sport Lisboa e Benfica".

O Presidente do Benfica fez apenas uma declaração unilateral, não permitindo aos jornalistas fazerem perguntas

O suposto envolvimento de Luís Filipe Vieira

A acusação no processo 'e-toupeira' considera que o presidente da Benfica SAD, Luís Filipe Vieira, teve conhecimento e autorizou a entrega de benefícios a dois funcionários judiciais, por parte do assessor jurídico do clube, Paulo Gonçalves.

“As entregas aos arguidos José Silva e Júlio Loureiro eram do conhecimento do presidente da Sociedade Anónima Desportiva (SAD), que as autorizava ou delas tomava conhecimento por correio eletrónico, ou rubricando folha de autorização, sem nunca as impedir, pois tal era para beneficio da arguida [Benfica SAD], assim querendo e aceitando todas as condutas”, refere a acusação do Ministério Público (MP), a que a agência Lusa teve hoje acesso.

Segundo o despacho do procurador adjunto Valter Alves, do Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa, “todos os benefícios entregues aos funcionários judiciais e observador de arbitragem foram-no a custo da Benfica SAD, que os suportou, fazendo uso da sua própria estrutura e colaboradores”.

A acusação do processo 'e-toupeira' diz que Paulo Gonçalves, enquanto assessor da administração da Benfica SAD, e no interesse da SAD, solicitou a estes dois funcionários judiciais que lhe transmitissem informações sobre inquéritos, a troco de bilhetes, convites e merchandising do clube.

Tais condutas ilícitas foram, de acordo com o MP, sendo feitas “sem controlo, sem instituição de regras próprias, impeditivas de tal comportamento de Paulo Gonçalves, não cuidando a sociedade [Benfica SAD], de criar mecanismos reais exequíveis para evitar os factos” que contam da acusação do DIAP de Lisboa.

Os dois funcionários judiciais terão agido “em concertação com Paulo Gonçalves, o qual bem conhecia as funções públicas exercidas por José Silva e Júlio Loureiro".

“José Silva (oficial de justiça) e Júlio Loureiro (escrivão e também observador de árbitros), com a promessa de tratamento privilegiado junto do Benfica, designadamente para assistência a jogos em condições favoráveis, aceitaram proceder como solicitado [por Paulo Gonçalves]”, que lhes pedia informações acerca de inquéritos, sustenta a acusação do MP.

Segundo o despacho do procurador do MP Valter Alves, tais processos “incidiam sobre investigações na área do futebol ou a pessoas relacionadas com este desporto, designadamente inquéritos em curso e em segredo de justiça, em que era visada, ou denunciante, a Sport Lisboa e Benfica – Futebol SAD, ou os seus elementos”.

Os processos pesquisados pelos dois funcionários judiciais, através da plataforma informática Citius, abrangiam também casos “relativos a clubes adversários e seus administradores ou colaboradores”.

O procurador do MP sustenta que os dois funcionários judiciais “tudo fizeram para favorecerem o Benfica e seus elementos nas investigações em curso, permitindo, se necessário, a dissipação antecipada de elementos de prova”.

O Benfica reagiu em comunicado à acusação, prometendo “desmontar” as “absurdas e injustificadas imputações”.

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