Quarta edição da Web Summit, quarta participação do Sport Lisboa e Benfica. Depois de Rui Costa, Domingos Soares de Oliveira, foi a vez de Luisão, antigo capitão, e Pedro Marques, diretor técnico da Benfica Campus, pisarem o palco do evento tecnológico, inovação e empreendedorismo que decorre até dia 7 no Altice Arena e FIL, no Parque das Nações, em Lisboa.
A academia, criada em setembro de 2006, é a bandeira que o clube das águias propaga aos quatro ventos, enquanto em diversos cantos das principais Ligas europeias, jogadores dali saídos, tais como Bernardo Silva, Nelson Semedo, André Gomes ou João Félix, mostram o talento que foi trabalhado no Seixal.
Pedro Marques reconhece que "não podemos dizer que somos a melhor academia do mundo", embora tentem, no Seixal, "ajudar o clube a atingir os seus objetivos". E salienta que "não há segredos" e que há "muitos clubes a fazer o mesmo".
No entanto, existem "quatro pilares" de um "processo longo" que ajudam a diferenciar o trabalho que ali é feito.
"Ter acesso aos melhores talentos. Ter uma network de scouting que procura talento [10-12 anos]", é um desses pilares que identificou. "Uma metodologia baseada no individual, em que temos 5 mil jogadores no sistema e cada um tem uma individualidade", salientou. "Não é feito no campo, mas muito é feito antes. Os jogadores crescem e desenvolvem o seu ser connosco", frisou.
Paralelamente, na questão da metodologia, Pedro Marques reforça que o clube, na formação, tenta "pensar a sociedade e o jogo daqui a 10 anos", desvendou. Por fim, "a competição", como quarto pilar. "Olhar para os jogadores e dar-lhes oportunidade e minutos nos seniores".
As imagens do 2º dia da Web Summit
Pegando nesse último ponto, o antigo responsável da formação do Manchester City, salientou que é necessário "encontrar um equilíbrio entre a Academia e ser competitivo a nível nacional e internacional, um equilíbrio que passa entre manter jogadores e ter uma equipa competitiva". O trabalho desenvolvido na formação, serve, em primeiro, para "criar valor para a primeira equipa e para o clube", disse. "Se tivermos jogadores na primeira equipa poupas no investimento de compra e ganhas dinheiro na venda", evidenciou.
Relembrando que não "está assim tanto tempo no Benfica", mas está há tempo suficiente para perceber que há um apoio de todos, "de alto para baixo", que envolve "o presidente, a infraestrutura e tecnológico", enumera. "Incutir jogar pelo Benfica, vestir e sentir a camisola só funciona se for de alto para baixo", realçou.
Nove jogadores da academia na equipa principal
Os "nove jogadores formados no Seixal que, em diferentes fases e competições, subiram à equipa principal", conforme atirou Pedro Pinto (Empower Sports), moderador do debate, são números que não surpreendem Luisão, atual embaixador dos encarnados. "A academia é o state of the art das infraestruturas e tem condições para os jogadores terem sucesso", reconheceu.
O antigo capitão das águias defendeu que a "formação é o centro do nosso projeto e queremos ter a capacidade de manter a maior parte do talento que formamos".
Luisão acredita também que o Benfica continuará a "ganhar títulos [nacionais]" que garantem a presença na Liga dos Campeões — onde é importante estar pela parte "financeira". Porém, quanto à componente desportiva admitiu que "não é fácil ter sucesso na Liga dos Campeões", embora tenha realçado que "depois de atingir os oitavos ou quartos-de-final, tudo pode acontecer", finalizou.
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