“Os objetivos das mudanças propostas são evidentes: silenciar, controlar e perseguir quem discorde de si e perpetuar-se no poder”, diz Madeira Rodrigues, em carta aberta a Bruno de Carvalho, referindo-se às alterações aos estatutos e ao regulamento disciplinar do clube propostas pelo Conselho Diretivo.
As alterações propostas foram fortemente criticadas no sábado, em Assembleia Geral (AG), e acabaram por não ser votadas, com Bruno de Carvalho a abandonar a reunião magna. Já hoje, anunciou nova AG para 17 de fevereiro, para se votarem os pontos em falta e a continuidade da direção, ameaçando a demissão se um dos primeiros pontos não passar e pedindo uma votação semelhante à das eleições (83%) para continuar em funções.
“O que está em curso é um golpe para conseguir o fim da liberdade crítica que, para o bem e para o mal, desde há muito é identificadora do Sporting. A sua propaganda oficial fala em união de aço para tentar encobrir o que aí prepara para o nosso clube: uma nova ‘cortina de ferro’. Acredito que os sócios saberão dar-lhe a resposta que merece”, acrescenta Madeira Rodrigues.
O candidato que perdeu as eleições de março de 2017 considera que a discussão destes pontos deveria ter sido adiada para depois do fim do campeonato e acrescenta que essa foi a vontade manifestada por muitos sócios na AG de sábado, enquanto Bruno de Carvalho defende que foi impedido de discutir aqueles pontos no plenário.
“Não irei adiantar muito mais sobre o que se passou na AG (aparentemente estivemos em duas AG diferentes), até para proteção da imagem do nosso clube (…). Queria retificá-lo num ponto que me diz diretamente respeito, pois no momento em que abandonou a Assembleia Geral, desconsiderando todos os associados presentes, o que eu lhe disse ‘na cara’, como diz que gosta que se lhe diga foi: ‘isto é uma vergonha, não brinquem com o Sporting’. Vou tentar acreditar que não lhe disseram o que se passou comigo depois, mas aproveito para fazer um especial agradecimento público ao Dr. Jaime Marta Soares [presidente da mesa da AG] pela coragem física que mostrou. (…) Não posso deixar de pensar que obviamente o convite específico que me fez para ir à AG foi uma armadilha”, acrescenta Madeira Rodrigues, sem especificar.
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