Para os jornalistas que estão no Rio de Janeiro, por esta altura Mario Andrada é tão ou mais conhecido do que os atletas mais populares na competição. É o rosto da organização, e aquele que oferece o “corpo às balas”. É o diretor de comunicação, responsável por explicar a panóplia de peripécias que acontecem, a ritmo praticamente diário, nos Jogos do Rio.

“Quando uma bala perdida acabou na sala de imprensa do Centro Olímpico de Hipismo, Andrada correu para Deodoro e deu uma conferência de imprensa. Quando a piscina ficou verde, Andrada ofereceu uma série de explicações durante cinco dias”, escreve o Post.

Andrada, de 56 anos, antes de ter o trabalho mais difícil do mundo, era diretor de comunicação da Nike para o mercado da América Latina. Passou de ter de estar presente em “duas ou três conferências por ano”, a ter que responder e a fazer comunicados várias vezes por dia.

É ele que tem a missão de responder a tudo. O que poderá ser especialmente complicado nesta edição, com tantos insólitos para justificar. A reportagem explica a rotina do diretor de comunicação dos jogos e o porquê da sua agenda estar sempre preenchida.

Diz o Post que Andrada dorme quatro horas por dia, salta o almoço e vai aproveitando para fazer sestas durante as viagens de carro. Continua a sentir-se orgulho da organização do maior evento desportivo do mundo, e não acredita que a notícia recente sobre o assalto aos atletas de natação norte-americanos prejudique a imagem dos Jogos.

Mantém uma postura serena e defende sempre o Comité de Organização do Rio2016. Diz que é honesto quando reage à frente da imprensa. “Estou perante os melhores jornalistas do mundo. Eles saberiam se estivesse a mentir”, confessa.

Tem noção que esta edição dos Jogos não está a ser perfeita. Mas tem orgulho dos brasileiros e do Brasil, e de ter feito parte da organização. Findo os Jogos, os seus planos passam por dormir durante 24 horas depois da cerimónia de encerramento. Para, mais tarde, voltar a vestir a camisola, desta vez para os Jogos Paralímpicos.

Mesmo considerando o tamanho do desafio, não se pense que Andrada recuaria se lhe propusessem novamente o trabalho de porta-voz do Comité Olímpico. “Não o lamento”, garante.