“Quando trocamos, trocamos sempre para melhor”, contestou Évora quando questionado sobre a polémica opção de deixar o Benfica e assinar pelo clube de Alvalade.
Com o campeonato nacional de clubes em pista coberta à espreita (decorre a 18 e 19 de fevereiro, em Pombal), o sexto classificado do triplo salto nos Jogos Olímpicos do Rio2016 disse que vai enfrentar os seus antigos colegas com o máximo respeito.
“É isso que o desporto significa. É uma mensagem para muita gente. Questões clubísticas… [há pessoas que] pensam que o desporto é uma guerra. Não é. Pelo contrário, devia aproximar as pessoas e não separá-las. Como eu disse, se mudei foi para melhor. Tenho que olhar por mim e olhei por mim, respeitando tudo aquilo que fiz no Benfica. Agora, há que olhar em frente e conquistar novas metas”, salientou, considerando que a hipótese de os ‘encarnados’ contestarem o seu contrato com o Sporting está “fora de questão”.
Nesta nova etapa da sua vida profissional, o saltador, de 32 anos, está a trabalhar em Espanha sob a orientação do cubano Iván Pedroso, com quem começou a colaborar depois de separar-se do seu treinador de sempre, João Ganço, que o acompanhava há 25 anos.
“É enriquecedor. Acho que todos nós devíamos ter um pouco dessa experiência: sair da nossa aldeia e conhecer o que há lá fora. Aí é que aprendemos a dar valor ao que nós temos”, começou por dizer, antes de elogiar Pedroso: “O meu treinador é um treinador extremamente inteligente, embora seja ainda jovem. Foi nove vezes campeão do mundo, é uma pessoa com muita experiência, que respeita o atleta. Estão reunidos os ingredientes ideais para o sucesso”.
O atleta 'leonino', que falava à margem da sua investidura como embaixador do Programa Portugal Sou Eu, no Ministério da Economia, em Lisboa, reconheceu que a lenda do desporto cubano o fez acreditar que é possível fazer atletismo “com prazer, com alegria e com ambição”.
“Está quase a minha estreia com a camisola do Sporting, a minha época está prestes a começar. Encontro-me bem, feliz e agora é mostrar aquilo que valho dentro das pistas e representar da melhor forma as cores do Sporting. O meu objetivo passa por ganhar ritmo competitivo, nos Nacionais de clubes representar as cores do meu clube e, quiçá, conquistar mais um título, para ganhar esse espaço no meu novo projeto. E depois, numa competição maior, que são os Europeus de pista coberta, estar na minha melhor forma para representar o nosso país”, enumerou, referindo-se às metas para esta temporada.
Évora negou estar saturado da alta competição e lembrou que os atletas conseguem encontrar sempre novos objetivos.
“E para mim, a alta competição tem sido uma forma de estar. Já o faço desde os 16 anos e já faço atletismo desde os sete. Não conheço outra forma de estar que não seja esta, de estar na elite do atletismo. Se me perguntar o que é não estar, aí é que não sei responder. Sinto-me bem, motivado”, assegurou.
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