"Irmão, estou de rastos. Estive aqui em Nantes a fazer coisas e coisas e mais coisas... e nunca mais termina. Estou aqui em cima no avião, que parece que se está a desfazer aos pedaços. Estou a caminho de Cardiff, que amanhã à tarde arrancamos para treinar com a nova equipa, a ver como corre. Como é que vocês estão, irmãos, tudo bem? (...) Se em uma hora e meia não tiverem novidades minhas, não sei se vão mandar alguém para me buscar, porque não me vão encontrar, mas já sabem... Pai, que medo tenho".
Emiliano Sala, de 28 anos, reforço da equipa galesa do Cardiff, clube da Premier League, principal escalão do futebol inglês, estava no avião que desapareceu esta segunda-feira à noite e fazia a viagem de França para Gales. No final desta terça-feira as buscas pela aeronave foram suspensas pela polícia, que crê que as possibilidades de sobrevivência são “diminutas”.
Através da rede social Twitter, a polícia explicou que a suspensão das buscas estará em efeito até ao nascer do sol na quarta-feira, depois de o avião ter desaparecido dos radares na segunda-feira, sobre o Canal da Mancha, a 20 quilómetros de Guernsey.
O Cardiff assinou com Sala por uma quantia recorde no clube: 17 milhões de euros (15 milhões de libras) no mercado de Inverno. Proveniente do Nantes, até ter acertado a transferência, marcou 13 golos entre a Ligue 1 e taça francesa.
No dia em que a sua contratação foi anunciada, Sala tinha revelado que "mal podia esperar para começar a treinar, conhecer os meus novos companheiros e começar a trabalhar". A última publicação de Sala nas redes sociais foi de uma fotografia com os ex-companheiros do Nantes, com a frase "A última, ciao".
O ponta de lança, que representa o Nantes desde 2015, passou pelos portugueses do FC Crato, dos campeonatos distritais, antes de seguir para França, onde representou o Bordéus, o Orléans, Chamois Niortais, Caen e Nantes.
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