“É uma decisão que já está tomada e comunicada à Federação Portuguesa de Râguebi (FPR) e aos jogadores há algum tempo. Fui convidado para continuar, mas já tinha prometido à minha família que iria parar o râguebi após o Campeonato do Mundo”, revelou Patrice Lagisquet, no Parc des Sports de Perpignan.
Contactado pela agência Lusa, o presidente da FPR, Carlos Amado da Silva, confirmou que o técnico já tinha comunicado a sua decisão “ainda antes do Mundial” e disse que o futuro do comando técnico da seleção portuguesa “está a ser acautelado”.
Lagisquet foi anunciado como selecionador em julho de 2019, sucedendo no cargo a Martim Aguiar, poucos dias após Portugal assegurar o regresso ao Europe Championship com uma vitória sobre a Alemanha, por 37-32, num play-off disputado em Frankfurt, na Alemanha.
Apesar de Portugal ter passado os três anos anteriores no ‘Trophy’, segundo escalão europeu da modalidade, excluindo o torneio das Seis Nações, o técnico definiu de imediato o apuramento para o Mundial de França2023 como objetivo.
“Se não acreditasse que a qualificação é possível nem sequer estaria em Lisboa. Preciso apenas de dois anos, talvez menos, para potenciar ao máximo as qualidades dos jogadores portugueses “, afirmou Lagisquet no dia da sua apresentação.
Sob o comando de Patrice Lagisquet, Portugal conseguiu a qualificação para o Campeonato do Mundo pela segunda vez na sua história, após a primeira presença dos ‘lobos’ na competição, também em França, em 2007.
O técnico, que completou 61 anos há precisamente um mês, em 04 de setembro, foi ainda vice-campeão do Europe Championship já este ano, em março, após perder a final do antigo ‘Seis Nações B’, frente à Geórgia, em Badajoz.
Antigo internacional francês, com 46 jogos disputados pelos ‘bleus’, como treinador, Lagisquet orientou o Biarritz entre 1997 e 2007, voltando ao clube em 2011/12 como diretor-geral, antes de assumir o treino das linhas atrasadas da seleção francesa, como adjunto de Philippe Saint-André, entre 2012 e 2015.
Como treinador principal, foi campeão do Top 14 pelo Biarritz em 2002, 2005 e 2006, ano em que se sagrou também vice-campeão europeu de clubes. Em 2012, como diretor-geral do clube, conquistou a Taça Challenge, a segunda principal competição europeia de clubes na modalidade.
Como jogador, foi vice-campeão do mundo em 1987, perdendo a final dessa primeira edição do Mundial para a Nova Zelândia, e conquistou o torneio das Cinco Nações (atual Seis Nações) em 1988 (ex-aequeo com o País de Gales) e em 1989.
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