“Super-humilde, nunca quis ser tratado como um rei. Respeito e humildade, é o que preservo dele. Era o nosso campeão, sem sombra de dúvida, e isso está-se a ver aqui”, disse Leandro Pereira.
Em declarações à Lusa, o também ‘motard’ destacou a “humildade, respeito e carisma” de Paulo Gonçalves, “que deixa muito mais pobre o motociclismo português”.
Paulo Gonçalves morreu no dia 12 de janeiro, aos 40 anos, na sequência de uma queda sofrida ao quilómetro 273 da sétima de 12 etapas do Rali Dakar de todo-o-terreno, cuja 42.ª edição se disputou na Arábia Saudita.
Leandro Pereira é somente um entre as centenas de ‘motards’ que esperavam em Esposende pela chegada do carro fúnebre, que veio ‘escoltado’ do aeroporto Francisco Sá Carneiro igualmente por centenas de motos.
“Isto é uma coisa sentida para nós, quem gosta de motas sabe o que é isto. Estamos debaixo de chuva à espera para a última homenagem ao Paulo”, concluiu.
O cortejo fúnebre de Paulo Gonçalves chegou a Esposende por volta do meio-dia.
“Viemos homenagear este conterrâneo. É isso que nos traz cá. Sentimos muito a sua perda. Ele contribuiu bastante e era muito amigo do pessoal da zona de Esposende. É uma grande perda”, lamentou Francisco Ferreira.
O ‘motard’ destacou o “sentimento de grande perda de uma pessoa muito querida e que era conhecida a nível nacional e internacional”.
O sexagenário casal Fernando e Laura Calheiros nada sabe de motos, mas juntou-se à homenagem movido “pela curiosidade” do que tem ouvido sobre “um grande homem”.
“Já o vi no campo de futebol das Marinhas [Esposende]. Sei que é um grande campeão”, resumiu Fernando.
A esposa Laura assume que “não o conhecia pessoalmente, mas da televisão”, na qual “ouvia falar muito dele”.
“Sei que era bom rapaz. É muito triste. Um rapaz novo, 40 anos, da idade do meu filho. Uma perda para todos e principalmente para a família. Deixa duas crianças pequenas. É uma dor para os pais. Dizem que era boa pessoa, uma perda muito grande”, lamentou.
Depois de um minuto de silêncio na praça do município, em Esposende, o cortejo fúnebre seguiu para a freguesia de Gemeses, em cuja igreja vai decorrer o velório, a partir das 16:30: o corpo não está ainda no edifício, pois está a ser preparado, em momento mais resguardado para a família.
Desde o Porto, o cortejo fúnebre foi acompanhado por centenas de ‘motards’, aos quais se juntaram muitos mais à entrada da cidade de Esposende, acompanhando-o depois até Gemeses, com muitos populares a seguirem o momento, aplaudindo à face da estrada.
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