O processo de eleição da cidade que vai sedear uma edição dos Jogos Olímpicos começa pela inscrição da cidade interessada no concurso, através do seu Comité Olímpico Nacional. Tal como nas modalidades, este é um processo competitivo, controlado por um conjunto de critérios rigorosos, que são definidos pela Carta Olímpica do Comité Olímpico Internacional (COI).

Desde 1999 que o processo, divido em duas grandes fases, é o mesmo. Na primeira fase, que começa após o fim do prazo das inscrições, as cidades interessadas respondem a um questionário para avaliar a capacidade de sucesso de uma possível organização, através dos pontos fortes e fracos de cada uma.

Depois de averiguar as respostas e comparar possibilidades, o Comité Executivo do COI seleciona as cidades que passam à fase seguinte, que são consideradas as candidatas oficiais a receberem a competição.

Já na segunda fase, as candidatas respondem a um questionário mais detalhado. As respostas são cuidadosamente avaliadas por elementos do COI que, posteriormente, inspecionam, durante quatro dias, todos os lugares e detalhes descritos pelos Comités de cada cidade, no seu plano de proposta inicial e nas respostas aos questionários.

Os resultados são comunicados diretamente ao Comité cerca de um mês antes da sessão onde, por meio da votação de um júri, composto por membros ativos do COI, se decide qual é a cidade vencedora. Nesta sessão, realizada numa cidade que não é candidata a receber os Jogos, os membros dos países com cidades candidatas só podem votar quando a cidade tiver sido eliminada.

A cidade eleita tem de atingir uma maioria absoluta de votos. Se isso não acontecer durante a primeira volta, a cidade com menos votos é eliminada e uma nova volta é iniciada. Em caso de empate na última volta, ocorre uma extra votação para encontrar a nova cidade-sede.

Já escolhida, a cidade assina um contrato com o COI, chamado de “Contrato de Cidade-Sede”.

O que é preciso para uma cidade portuguesa ser escolhida como sede dos Jogos Olímpicos?

Para uma cidade de Portugal, ou mesmo de outro país, receber uma edição das olimpíadas deve garantir a melhor avaliação, que conjuga a pontuação de 11 critérios diferentes:

  • Apoio político e social: garantias governamentais, aspetos legais e medidas antidoping;
  • Infraestrutura geral: transportes, aeroporto e centros de imprensa;
  • Locais de competição: instalações existentes, instalações planeadas e temporárias e o conceito e legado do desporto no país;
  • Possibilidade da existência de uma Vila Olímpica: localização, conceito e legado;
  • Meio ambiente: condições ambientais legais e impacto ambiental dos Jogos na cidade;
  • Acomodações: número de quartos e conceito;
  • Transportes: distâncias e tempo de deslocação e organização do tráfego e dos próprios veículos de transporte;
  • Segurança: incidência e risco de terrorismo, níveis de criminalidade, investimento e competências técnicas profissionais na área;
  • Experiências anteriores: número de eventos internacionais organizados e sua qualidade;
  • Finanças: capacidade financeira para pôr em prática a competição e viabilidade dos valores monetários disponibilizados;
  • Projeto geral e legado: usado para confirmar a opinião sobre a capacidade da cidade em receber os Jogos.

Até hoje, a cidade que recebeu mais vezes receberam os Jogos Olímpicos foram Paris, nas edições de 1900, 1924 e 2024, e Londres, nos anos de 1908, 1948 e 2012.

Todas as cidades que já receberam os Jogos Olímpicos de Verão:

  • Atenas, na Grécia, em 1896.
  • Paris, em França, em 1900.
  • St. Louis, nos Estados Unidos da América, em 1904.
  • Londres, no Reino Unido, 1908.
  • Estocolmo, na Suécia, em 1912.
  • Antuérpia, na Bélgica, em 1920.
  • Paris, em França, em 1924.
  • Amesterdão, nos Países Baixos, em 1928.
  • Los Angeles, nos Estados Unidos da América, em 1932.
  • Berlim, na Alemanha, em 1936.
  • Londres, no Reino Unido, em 1948.
  • Helsínquia, na Finlândia, em 1952.
  • Melbourne, na Austrália, em 1956.
  • Roma, em Itália, em 1960.
  • Tóquio, no Japão, em 1964.
  • Cidade do México, no México, em 1968.
  • Munique, na Alemanha, em 1972.
  • Montreal, no Canadá, em 1976.
  • Moscovo, na Rússia, em 1980.
  • Los Angeles, nos Estados Unidos da América, em 1984.
  • Seul, na Coreia do Sul, em 1988.
  • Barcelona, em Espanha, em 1992.
  • Atlanta, nos Estados Unidos da América, em 1996.
  • Sydney, na Austrália, em 2000.
  • Atenas, na Grécia, em 2004.
  • Beijing, na China, em 2008.
  • Londres, no Reino Unido, em 2012.
  • Rio de Janeiro, no Brasil, em 2016.
  • Tóquio, no Japão, em 2020 (2021, devido à pandemia covid-19).
  • Paris, em França, em 2024.

O processo de escolha inicia-se alguns anos antes da edição começar. Em 2017 foi escolhido que, este ano, a sede dos Jogos Olímpicos seria em Paris. No entanto, tudo teve início em 2015.

Hoje sabemos que a próxima cidade a receber as olimpíadas, em 2028, será Los Angeles, nos Estados Unidos da América. Já em 2032 será Brisbane, na Austrália, a acolher a competição.

O que esperar de Los Angeles 2028

No mesmo ano em que Paris foi escolhida para ser casa temporária dos Jogos Olímpicos em 2024, LA ficou empatada com a “Cidade das Luzes” e foi, imediatamente, escolhida para daqui a quatro anos. Num único processo de seleção escolheram-se duas cidades para duas edições distintas.

A cidade norte-americana vai tornar-se uma das cidades a receber, pela terceira vez, as modalidades olímpicas. Em 1932, a conhecida "Cidade do Cinema" estreou-se como cidade-sede, voltando a repetir o feito em 1984. Aliás, foi mesmo na edição de 1932 que os Jogos deixaram de durar meses para passarem a durar dias, um marco histórico na competição.

Para a próxima edição já estão confirmadas, além das modalidades presentes em Paris 2024, o beisebol softbol, o ‘flag football’, o críquete, o lacrosse e o squash.

Entre as instalações fixas e temporárias disponibilizadas pela organização, as mais conhecidas são o Los Angeles Memorial Coliseum, o Staples Center, o SoFi Stadium e o UCLA Campus, que servirá como Vila Olímpica.