Alvalade foi terreno amigo para o Dragão. Não devido a uma vitória do FC Porto, mas porque Sporting e Benfica não saíram do nulo num dérbi que prometeu muito na primeira parte, mas que se tornou calculista pouco interessante na segunda.

Antes de mais, os onzes. No Sporting, Piccini e Mathieu voltaram a ocupar o “seu” lugar na defesa, e William regressou para o miolo; no Benfica, Jonas ficou no banco e Samaris “musculou” o meio-campo, ficando Cervi a ver o jogo ao lado do melhor marcador do campeonato.

Sejamos justos: na primeira parte, o domínio do Benfica foi bastante claro, não só ao nível das oportunidades claras (duas bolas ao poste por Rafa), mas também devido à “facilidade” com que conseguia chegar à baliza de Rui Patrício.

Patrício foi, de resto, um dos jogadores em evidência no lado do Sporting na primeira parte. Como escreveu o humorista Pedro Durão no acompanhamento que o SAPO24 fez do dérbi, ao minuto, “se o Patrício for mesmo para o Nápoles, nunca mais vamos ver um mafioso na prisão. Porque ele vai defendê-los a todos.” Não “defendeu mafiosos”, mas defendeu quase tudo. Um remate de Rafa que acabou por embater no poste, um remate de Samaris que surgiu isolado na direita e chutou cruzado, o remate de Pizzi já dentro da grande área.

Mas não se pense que o Sporting foi um mero espetador na primeira metade. O Benfica esteve melhor, saiu por cima, mas a verdade é que os leões podiam ter saído na frente para o intervalo, não tivesse Bas Dost optado por tentar assistir Gelson Martins quando tinha apenas Varela pela frente e depois de uma jogada “ronaldinhiana” em que rodou sobre a bola e tirou dois adversários do caminho.

O intervalo chegou e as oportunidades de golo ficaram no balneário. A segunda parte foi mais calma no capítulo das chances para abrir o marcador, apesar de intensidade se ter mantido. Intensidade e agressividade, que o digam Bruno Fernandes (que sofreu entrada feia de Jardel), Gelson (que pareceu ter sido atingido pelo cotovelo Ruben Dias) e Cervi (que foi autenticamente “varrido” por Bruno Fernandes, já perto do final da partida).

Ainda assim, o Benfica esteve perto de marcar quando, numa jogada de entendimento entre Salvio (que, entretanto, tinha entrado na partida para o lugar de Pizzi) e Jiménez, com o mexicano a fazer a emenda de forna ineficiente após cruzamento do argentino.

Nos minutos finais, o Sporting pareceu ficar “satisfeito” com o nulo, que lhe dá vantagem no confronto direto com os encarnados (caso leões e águias terminem em igualdade pontual no final do campeonato), ainda que isso tenha significado que o FC Porto possa hoje festejar o título de campeão.