O Ministério dos Negócios Estrangeiros revelou hoje em comunicado que "Portugal deu autorização, nesta noite de quarta-feira, à venda do Chelsea Football Club", com as duas autoridades nacionais competentes, a pasta tutelada por João Gomes Cravinho e o Ministério das Finanças, a darem "luz verde ao pedido recebido da parte de Roman Abramovich para uma derrogação humanitária, permitindo que o clube inglês seja transacionado".

Uma vez que Roman Abramovich, o agora ex-dono do clube londrino, detém um passaporte português, as autoridades portuguesas tinham também de autorizar o negócio. Portugal já tinha recebido na noite de terça-feira uma carta do oligarca russo a pedir autorização para a venda do Chelsea.

"A autorização portuguesa decorre da garantia dada pelas autoridades britânicas de que as receitas da venda serão utilizadas para fins humanitários, não beneficiando direta ou indiretamente o proprietário do clube, que consta da lista de sanções da União Europeia", pode ler-se na nota que dá ainda conta de que a "posição nacional conta com a concordância da Comissão Europeia".

Na quarta-feira de manhã foi a vez do Governo britânico aprovar a venda do clube a um consórcio liderado pelo bilionário norte-americano Todd Boehly,

“O Governo emitiu uma licença que permite a venda do Chelsea”, anunciou ontem a ministra da Cultura, Média e Desporto britânica, Nadine Dorries, na rede social Twitter, que sublinhou que “dadas as sanções que aplicamos a quem esteja ligado a [Presidente russo, Vladimir] Putin e à sangrenta invasão da Ucrânia, o futuro a longo prazo do clube só pode ser garantido com um novo proprietário”.

Em sete de maio, os londrinos anunciaram que o grupo liderado por Boehly iria adquirir o Chelsea por 4,25 mil milhões de libras (4,9 mil milhões de euros).

Até ao final desta época, os Blues, terceiros classificados na última edição da Premier League, atuaram com limitações, devido às sanções impostas ao russo Abramovich.

Neste momento, o Chelsea opera com uma autorização especial que expira em 31 de maio e que lhe permite realizar determinadas operações, como receber dinheiro por direitos televisivos e vender ingressos para determinadas partidas. No entanto, com a situação regularizada, o funcionamento do clube deverá voltar ao normal.