Casos positivos

De forma mais ou menos inesperada os resultados aos testes realizados a jogadores, técnicos e outros trabalhadores dos clubes têm vindo a confirmar a posição do governo inglês e da Premier League de que este é o momento certo para o regresso do desporto de competição. Dos 1197 testes efetuados a todos os clubes na última ronda de testagem, apenas um deu positivo para a Covid-19. Passado pouco tempo após o anúncio da Premier League, o Tottenham de José Mourinho, informava que tinha sido um elemento (não necessariamente um jogador) do seu clube a acusar positivo. Um caso que eleva para apenas 13 o número de casos positivos desde o início das rondas de testes na liga. Um número que para já não é negativo, mas que, com o regresso esta semana do treino com contacto total, poderá vir a aumentar.

Quem parece sentir-se mais seguro, depois de se ter recusado treinar, é Troy Deeney. O jogador inglês que atua no Watford voltou quarta-feira aos treinos com os colegas de equipa, pela primeira vez desde a pandemia, depois de ter levantado preocupações com o seu filho de apenas cinco meses que tinha histórico de complicações respiratórias. Segundo o mesmo, neste momento estão reunidas todas as condições de segurança e daí, estar de volta ao centro de treinos da equipa londrina. Quem ainda não parece convencido é N’Golo Kante que ainda não tem data de regresso marcada ao Chelsea.

Sem a mesma sorte da Premier League, parece estar a Championship. O segundo escalão inglês, ao efetuar mais uma ronda de testes, em que foram testadas 1094 pessoas, o número de casos positivos para Covid-19 detetados foi de nove. Seis clubes apresentaram um ou mais casos, colocando os planos de retomar a época a 20 de junho em risco, caso este número aumente rapidamente. De recordar que a League One e League Two estão dadas como muito provavelmente terminadas. Ainda sem confirmação oficial, espera-se que o anúncio seja feito muito em breve pela English Football League, órgão de gestão de todo o futebol profissional inglês, à exceção da Premier League.

Novas regras

Precisamente na última reunião do ‘Project Restart’, os clubes chegaram a acordo quanto a uma proposta do Chelsea sobre a possibilidade de as equipas poderem passar a fazer cinco substituições (em três momentos apenas) e também quanto a poderem ter nove jogadores no banco de suplentes em vez dos habituais sete. A regra espera-se que seja excecional e que se mantenha apenas até ao final desta época, contudo, e tendo em conta a evolução do jogo, não seria de estranhar que existam propostas no final da temporada para que a regra perdure para além deste período de exceção. Uma nota para o facto de, em Inglaterra, os números de suplentes ter passado de três para cinco em 1996 e de cinco para os atuais sete suplentes em 2008.

Chutar a bola para a frente

Mas se os clubes conseguiram chegar a uma conclusão relativamente ao número de jogadores a poder utilizar, vindos do banco de suplentes, o mesmo não se poderá dizer em relação ao procedimentos, caso a liga tenha que ser mais uma vez interrompida e, consequentemente, dada como terminada. Neste ponto os clubes decidiram não levar o tema a votação. De lembrar que tal decisão implica subidas e descidas de divisão, temas que dividem mais do que unem na Premier League. Os clubes chegaram desta forma a acordo de que só irão reabrir o tema, caso seja inevitável e a liga tenha mesmo que terminar, devido a uma nova propagação do novo coronavírus.

Risco de lesões

Na semana que passou falámos da análise e aprendizagem baseada no recomeço da Bundesliga, em relação às percentagens de vitórias caseiras e das diferentes percentagens de vitórias dos clubes mais acima e mais abaixo na tabela.

Esta semana, o tema do qual a cada dia se conhece um pouco mais, uma vez que à medida que os campeonatos avançam - neste caso o campeonato alemão - se consegue recolher mais dados sobre o mesmo, é outro. Falamos de lesões. Em entrevista à rádio BBC 5, o médico do Newcastle United, Paul Catterson acredita que veremos um aumento das lesões musculares na Premier League aquando do seu retorno. Segundo Catterson, “esperamos mais lesões nos próximos meses. Os jogadores têm corrido em passadeiras e trabalhado dentro de portas nas últimas oito semanas, daí a transição trazer estímulos diferente para o corpo. Há alguns anos houve uma paragem forçada da NFL (liga de futebol americano) e consequentemente um aumento de lesões no tendão de Aquiles, e por isso estamos a olhar a essa informação.” A situação é estranha para todos, principalmente para quem trabalha em centros de treino com alta capacidade de assistência aos atletas e se vê, agora, sem poder oferecer o mesmo nível de recuperação e tratamento a que está habituado. Catterson diz ainda que “temos jogadores a pedir se podiam fazer banheira de gelo - técnica de recuperação após esforço muscular intenso - mas não podem neste momento, a única coisa que podemos fazer é fornecer-lhes o gelo para que possam fazer em casa. É como andar para trás 15 anos.”

A preocupação do médico do Newcastle é justificada e existem números para o provar. A falta de acesso a métodos de recuperação, o volume de jogos nas próximas semanas e o stress causado por toda uma situação nova, são motivos para que Brendan Schwab, diretor executivo da World Players’ Association (WPA), a Associação Mundial de Jogadores, que representa atletas por todo o mundo, da NBA a jogadores de futebol na Europa, venha reiterar o que foi dito acima. Schwab aponta a um estudo realizado por Joel Mason que sugere o aumento de lesões na Bundesliga desde o seu regresso a 16 de maio. De acordo com o mesmo, analisando lesões ocorridas dentro dos 90 minutos de jogo, a percentagem passou de 0,27 durante a temporada até à paragem do campeonato, para 0,88 após o recomeço do campeonato alemão. Um número que terá que ser levado a sério e que poderá ter impacto nos resultados das equipas e, mais importante que isso, na carreira dos jogadores em causa.

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