O ciclo do colapso do tenista sérvio, que na próxima segunda-feira vai sair do ‘top 2’ do ‘ranking’ pela primeira vez desde 2011, completou-se hoje no pó de tijolo do ‘court’ Suzanne-Lenglen, com o campeão em título a perder o último dos seus cetros do ‘Grand Slam’ diante do promissor Dominic Thiem, vencedor com os parciais de 7-6 (7-5), 6-3 e 6-0.

Entre julho de 2015 e junho de 2016, o ainda número dois mundial conquistou, de forma consecutiva, os quatro ‘Grand Slams’ (Wimbledon, Open dos Estados Unidos, Open da Austrália e Roland Garros), uma proeza inédita desde que o australiano Rod Laver completou o ‘Grand Slam’, em 1969. Contudo, desde que ergueu o troféu em Paris no ano passado, e cumpriu um dos seus grandes sonhos, ‘Djoko’ entrou em queda, algo que nem Andre Agassi conseguiu travar.

“Pensei muito nos últimos tempos. Cabe-me a mim saber o que é melhor para mim. Houve muitas mudanças na minha equipa. Não é fácil tomar esse tipo de decisão”, respondeu, quando questionado sobre se estaria a ponderar uma eventual paragem na sua carreira.

A desgraça de Djokovic, de 30 anos, foi causada pelo talentoso Dominic Thiem, que impôs a primeira derrota em três ‘sets’ ao sérvio num ‘major’ em quatro anos e o primeiro 6-0 num ‘Grand Slam’ desde 2005.

Nas meias-finais, o sétimo tenista mundial terá pela frente a sua ‘besta negra’ e o homem que todos querem evitar na ‘Catedral da terra batida’, o espanhol Rafael Nadal, que hoje só esteve 51 minutos no ‘court’, devido ao abandono de Pablo Carreño Busta, por uma lesão muscular nos abdominais.

O maiorquino, que vencia por 6-2 e 2-0 quando o atual campeão do Estoril Open desistiu, continua irrepreensível na demanda pelo décimo título em Roland Garros, mas poderá ter o seu teste mais duro frente a Thiem, o único a derrotá-lo na terra batida esta temporada, há três semanas, nos quartos de final no Masters 1.000 de Roma.

No entanto, Nadal, que ainda não perdeu um ‘set’, chega à sua 25.ª meia-final de um ‘Grand Slam’ com a confiança de ter derrotado o austríaco, de 23 anos, nas finais dos torneios de Barcelona e Madrid.

“É um jogador que está destinado a ganhar este torneio um dia, espero que não este ano”, frisou o nove vezes campeão.

Se na metade inferior do quadro, a meia-final de sonho não se concretizou, na parte de cima Andy Murray e Stanislas Wawrinka cumpriram os prognósticos, para reeditar a semifinal do ano passado.

Enquanto o número três mundial e campeão de 2015 despachou o croata Marin Cilic, oitavo jogador ATP, com os parciais de 6-3, 6-3 e 6-1, o líder do ‘ranking’ teve de esforçar-se para derrotar o japonês Kei Nishikori (9.º), por 2-6, 6-1, 7-6 (7-0) e 6-1.

“No primeiro ‘set’, ele ditava os pontos. Era difícil jogar com o vento, mas quando encontrei o meu ritmo, consegui empurrá-lo para a linha de fundo”, explicou o número um mundial, que se apurou pelo quarto ano consecutivo para as meias-finais em Paris.

Depois de dias de surpresas, o quadro feminino viveu hoje uma jornada ‘previsível’, com a romena Simona Halep a salvar um ‘match point’ para assegurar uma meia-final entre as duas tenistas mais cotadas em competição.

Frente à ucraniana Elina Svitolina (6.ª), a número quatro mundial escapou a um ‘match point’ no ‘tie-break’ do segundo ‘set’, acabando por vencer por 3-6, 7-6 (8-6) e 6-0.

A finalista de 2014 vai agora defrontar a checa Karolina Pliskova, que derrotou Caroline Garcia, a última resistente francesa e 27.ª jogadora mundial, pelos parciais de 7-6 (7-3) e 6-4.