“O VAR deveria ser uma ferramenta de essencial auxílio à verdade desportiva, mas já por várias ocasiões mostrou ter uma intervenção tóxica no jogo”, pode ler-se na newsletter semanal do terceiro classificado da I Liga.
Os responsáveis bracarenses entendem que, “talvez na ânsia da busca pela presença no palco mediático, há muitos VAR’s que fazem uma interpretação abusiva e até absurda” do protocolo que dita que “o árbitro poderá ser assistido por um videoárbitro apenas em situações de claro e óbvio erro ou incidente grave não detetado”.
“Ao contrário da Premier League [campeonato inglês], em que só há intervenção externa em situações claras e evidentes, em Portugal procura-se o erro no detalhe, sempre em busca do mínimo toque que, bem ou mal, evidente ou pouco claro, sustente uma grande penalidade ou uma expulsão”, dizem.
O Sporting de Braga foca ainda a questão das “calibragens das linhas de fora de jogo, a colocação dos pontos de referência e a necessária abordagem pedagógica a este novo ‘fenómeno’ do futebol português”.
“Temos a certeza absoluta que ninguém terá problemas em afirmar que o golo que nos foi anulado em Moreira de Cónegos (o Ricardo Horta ‘só’ estava em jogo por 1,18 metros) deve provocar grande preocupação e até vergonha a todos os agentes do futebol em Portugal”, frisa.
O clube liderado por António Salvador questiona se este “‘fenómeno paranormal'” já aconteceu noutros jogos, se há garantias que não voltará a acontecer algo idêntico no futuro e se não está “fortemente colocada em causa” a credibilidade da empresa contratada externamente pelo Conselho de Arbitragem responsável por calibrar o sistema e colocar as linhas de fora de jogo.
“Quem garante a sua idoneidade? Quem garante que, em todo este processo de calibragem e colocação de pontos de referência, não há nenhum jogo de interesses?”, indaga o clube minhoto.
Em relação ao número de câmaras nos estádios, os bracarenses consideram incompreensível “como é que ainda existe uma desigualdade entre Sporting, FC Porto e Benfica e todos os restantes clubes, Sporting de Braga incluído”.
“Como é que nos jogos disputados entre 15 clubes o número de câmaras nunca é superior a oito, e em contrapartida, em todos os jogos em que participam os três clubes acima mencionados, este número passa, no mínimo, para 12 câmaras? Mas será que há dois campeonatos diferentes? Exigimos igualdade na aplicação e cumprimento das regras e este propósito só poderá ser alcançado se a conjuntura de análise disciplinar for igual para todos. Sem exceção”, concluem.
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