A prova, denominada como Clerigus Cup, realiza-se entre 17 e 21 de fevereiro na República Checa e junta um total de 19 seleções. No grupo de Portugal estão, além da seleção anfitriã, a Hungria, Itália e Cazaquistão.
Os padres portugueses dominaram as quatro últimas edições e, por isso, são agora o ‘alvo a abater’ para as outras seleções, numa competição que tem aumentado de nível de ano para ano, com Portugal a destacar-se.
“Nas primeiras participações chegávamos ao quarto lugar e ficávamos por ali. Em 2012 ganhámos e, ultimamente, temos ganho. Naturalmente tornámo-nos para as outras equipas um alvo a abater. As outras seleções olham para nós não com rivalidade, mas percebem que já não somos tão simpáticos”, contou à agência Lusa o capitão de equipa, Marco Gil.
Integrando a seleção desde a sua formação, o pároco da diocese de Braga garante que a equipa se preparou com o “espírito para revalidar o título novamente”.
O segredo para o sucesso nos últimos anos passou pela vontade em “querer mais” após as participações sem resultados e em ter treinadores de futsal junto da equipa, primeiro com José Vasconcelos e atualmente com Ricardo Costa.
O "Cristiano Ronaldo da seleção da igreja"
Para o pároco de 43 anos, conhecido entre os pares como o ‘Cristiano Ronaldo da seleção da igreja’, esta atividade ajuda também na transmissão da mensagem junto dos mais novos.
“Naturalmente há uma mensagem que é passada", referiu, explicando que o objetivo é que entendam que "fora da sua vocação [o sacerdote], não deixa de ser homem”.
A equipa nacional junta 16 jogadores, padres em diversas dioceses do país, como Braga, Vila Real, Viana do Castelo, Porto e Lamego.
Diogo Martinho (Lamego) e Fernando Torres (Braga) são as novidades da convocatória para a edição de 2020.
Outra das novidades é o apoio da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), com a oferta de equipamentos que levam os padres portugueses a carregarem o símbolo das quinas ao peito.
“É um motivo de orgulho. Antes de todos os jogos tocam os hinos e é sempre um momento especial para nós, mas agora ainda será mais, pois temos os equipamentos que usam outras seleções da FPF”, explicou Ivo Coelho.
O padre da diocese de Vila Real, na seleção desde 2010, destacou ainda a “experiência fantástica” que se vive ao conviver com outras seleções.
“Todos os dias há missa antes dos jogos e celebramos juntamente com as restantes igrejas e é incrível a partilha de experiências entre as comitivas”, confessou.
Mas para o pároco de 36 anos, dentro de campo o objetivo é claro, e a ambição é “voltar a conquistar a taça de campeão”.
A orientar a equipa pelo segundo ano consecutivo, Ricardo Costa, é um ‘selecionador feliz’ com as ‘peças’ que tem à disposição para a competição.
A postura competitiva e a metodologia de trabalho dos padres portugueses merece os elogios do treinador que considera a equipa “mais forte” para esta competição.
“Recrutamos alguns padres que vêm dar dinamismo à equipa. A média de idades é baixa e são jogadores cheios de força e de vontade para praticar a modalidade”, assinala Ricardo Costa, que é também treinador do Cabeçudense, equipa de Famalicão que disputa o interdistrital de futsal sénior masculino de Braga e Viana do Castelo.
De resto, o nível de toda a competição deixa surpreendido o selecionador, que vê equipas que além da qualidade individual, mostram também um “trabalho nas bolas paradas e modelo de jogo”.
Apesar das dificuldades esperadas, Ricardo Costa garante que a equipa está “preparada e focada” para lutar pela revalidação do título.
O último jogo de preparação foi no domingo, na partida de apresentação da seleção portuguesa de padres, que decorreu em Montalegre, no distrito de Vila Real. Foi um encontro amigável com vitória para os párocos por 8-1 frente a uma equipa do município e bombeiros locais.
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