“[O Famalicão é] uma equipa que toda a gente conhece e reconhece, a verdadeira surpresa do campeonato, com muita qualidade individual, com jovens e um treinador que está a mostrar que tem categoria para fazer o trabalho que está a fazer. O João Pedro era adjunto e passou a ser treinador principal, está a provar que tem qualidade para isso”, elogiou.

Na antevisão do encontro com a equipa do famalicense, que será um dos primeiros da I Liga, após quase três meses de paragem devido à pandemia da covid-19, o técnico portista referiu ainda as expectativas para o que ainda falta jogar no campeonato e mostrou-se confiante no futuro.

“Espero que seja retomada a dinâmica que estava a ter o campeonato. Aquando da paragem, a equipa estava bem, tinha ganhado jogos importantes, tínhamos recuperado alguns pontos na tabela, essenciais para a luta do principal objetivo. Espero – foi para isso que trabalhámos – dar continuidade a toda essa dinâmica”, afirmou Sérgio Conceição.

O técnico portista falou também do empate caseiro com o Rio Ave (1-1), no último jogo antes da paragem, em 07 de março, queixando da equipa de arbitragem.

“Merecíamos mais do que ganhar, até por mais do que um golo. Não ganhámos, por noite infeliz da terceira equipa não o fizemos, porque estaríamos agora com mais quatro pontos do que o adversário. Desejo a essas ‘terceiras equipas’ a maior felicidade do mundo e que no fim, quem ganhe, que seja por mérito”, vincou.

Sérgio Conceição garantiu ainda que o FC Porto quis sempre jogar para concluir o campeonato, lembrando que “ninguém foi de férias” e reiterou a vontade de provar que os portistas são “os melhores dentro de campo”.

“Nós nunca parámos. Não fomos de férias, estivemos a trabalhar o tempo todo. Todos os dias tivemos trabalho, isso, por si só, demonstra a vontade e a esperança que tínhamos de que o campeonato retomasse, para que no campo mostrássemos o que éramos e que queremos ser a melhor equipa dentro de campo”, garantiu o treinador.

O técnico dos ‘dragões’ foi ainda confrontado com o facto de não poderá contar com Marcano até ao final da presente época. O defesa central espanhol sofreu uma rotura de ligamentos e foi operado, prevendo-se um tempo de recuperação nunca inferior a três meses.

“É sempre mau não ter todo o plantel. Lamento profissionalmente o que aconteceu ao Marcano. É um jogador muito importante para nós, também no balneário”, referiu Sérgio Conceição.

O treinador dos ‘azuis e brancos’ falou também sobre a situação do japonês Nakajima, que está a trabalhar em casa, para dar apoio à esposa, que se encontra doente.

“Nakajima não está no grupo. A direção vai tratar isso, mas não há muito mais a falar sobre isso. Gostaria de ter todos disponíveis, sim”, explicou.

Sobre o facto de os jogos serem à porta fechada, Sérgio Conceição defendeu que, independentemente disso, “a fome tem de ser a mesma”.

“Vai ser diferente entrar sem público. Faltarão os condimentos que são necessários numa boa salada, comer uma salada sem azeite, vinagre e sal não é a mesma coisa. Mas, a fome tem de ser a mesma. Temos de entrar com a mesma vontade, como se tivéssemos o estádio superlotado, com os sócios e adeptos a apoiar. Vai ser diferente, com certeza. O tal incentivo de darem aquele ‘plus’ para um jogador, é normal, essencial, acho que faz falta. Até as assobiadelas fazem falta. Não é a mesma coisa, mas temos de enfrentar as coisas como são”, frisou.

O encontro entre o Famalicão e FC Porto, da 25.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, joga-se a partir das 21:15 horas de quarta-feira, no Estádio Municipal de Famalicão.