No Estádio Municipal Dr. Magalhães Pessoa, em Leiria, os golos do canadiano Stephen Eustáquio (10 minutos) e do espanhol Iván Marcano (86) sentenciaram a final da 16.ª edição da prova mais jovem do futebol profissional português, que os ‘azuis e brancos’ nunca tinham vencido, após já terem perdido em 2009/10, 2012/13, 2018/19 e 2019/20.
Os últimos dois desaires tinham acontecido sob orientação de Sérgio Conceição, que, à quinta participação na ‘final four’ da Taça da Liga, completou o seu palmarés individual e do FC Porto – vencedor de 30 edições da I Liga, 18 Taças de Portugal, 23 Supertaças Cândido de Oliveira e quatro do extinto Campeonato de Portugal – nas provas nacionais.
O antigo avançado internacional português, de 48 anos, festejou três campeonatos, uma Taça de Portugal e uma Supertaça Cândido de Oliveira nas duas fases em que alinhou pelos ‘azuis e brancos’ (1996-1998 e 2004), mas tem quebrado recordes como treinador.
Designado em junho de 2017 como sucessor de Nuno Espírito Santo, Sérgio Conceição precisou de cinco épocas e meia para ultrapassar Artur Jorge no trono dos técnicos mais titulados de sempre do FC Porto, num mês em que se isolou igualmente na liderança do somatório de vitórias pelos campeões nacionais, deixando para trás José Maria Pedroto.
Antes de o clube nortenho se tornar o sexto a erguer a Taça da Liga, o conimbricense já tinha contribuído na conquista de três campeonatos (2017/18, 2019/20 e 2021/22), duas Taças de Portugal (2019/20 e 2021/22) e três Supertaças (2018, 2020 e 2022), detendo agora pela primeira vez na carreira os quatro principais cetros nacionais em simultâneo.
O FC Porto iniciou a época a bater o Tondela, recém-despromovido à II Liga, por 3-0, na Supertaça Cândido de Oliveira, com Sérgio Conceição a igualar em Aveiro a fasquia de Artur Jorge, cujas passagens pelos ‘azuis e brancos’ (1984-1987 e 1989-1991) renderam três campeonatos (1984/85, 1985/86 e 1989/90), uma Taça de Portugal (1990/91), três Supertaças (1984, 1986 e 1990) e a primeira Taça dos Campeões Europeus (1986/87).
O pódio de técnicos mais titulados culmina com Jesualdo Ferreira, José Maria Pedroto, José Mourinho e o croata Tomislav Ivic, cada um com seis troféus, seguindo-se o inglês Bobby Robson e o antigo selecionador português Fernando Santos, ambos com cinco.
Já a ultrapassagem a José Maria Pedroto no capítulo das vitórias confirmou-se em 11 de janeiro, quando assinalou o seu 300.º confronto à frente do clube com o 216.º triunfo em todas as competições, na receção ao Arouca, por 4-0, dos ‘oitavos’ da Taça de Portugal.
Sérgio Conceição está a 18 duelos de distância de partilhar igualmente com o malogrado ‘mestre’, que já considerou ser a sua referência, o trono de treinador com mais partidas à frente do FC Porto, quando restam, pelo menos, mais 21 jogos por cumprir em 2022/23.
Esse percurso começou oficialmente em 09 de agosto de 2017, ao estrear-se na edição 2017/18 da I Liga com uma goleada caseira ante o Estoril Praia, por 4-0, com dois golos do maliano Moussa Marega, um do argelino Yacine Brahimi e outro do espanhol Iván Marcano, numa campanha em que os ‘dragões’ negariam um inédito ‘penta’ do Benfica.
As épocas seguintes juntaram duas ‘dobradinhas’ às nove do FC Porto – duas abaixo das ‘águias’ e três acima do Sporting -, sendo que as sucessivas conquistas de campeonato, Taça de Portugal e Supertaça de maio a julho de 2022 deram o sétimo ‘triplete’ ao clube.
Em 2022/23, os nortenhos priorizam uma inaudita revalidação do cetro da I Liga na ‘era’ Sérgio Conceição, que permitiria ao ex-jogador isolar-se como único treinador a vencer quatro campeonatos pelo FC Porto, à frente dos três de Artur Jorge e Jesualdo Ferreira.
O atraso de oito pontos face ao líder Benfica, que tem mais um desafio, reduz a margem de erro do FC Porto à entrada para a segunda volta, uma época depois de ter fixado os recordes de pontos numa edição da prova (91) e de mais rondas seguidas invictas (58).
Sérgio Conceição também comanda outras marcas do clube na Liga dos Campeões, tais como as de mais pontos numa fase de grupos (16 em 18 possíveis, em 2018/19) – a par de António Oliveira (1996/97) -, vitórias (20) e jogos (40), tendo sido eliminado por duas vezes nos ‘quartos’ ante os futuros campeões Liverpool (2018/19) e Chelsea (2020/21).
O antigo treinador de Olhanense, Académica, Sporting de Braga, Vitória de Guimarães e dos franceses do Nantes está vinculado ao FC Porto até 2024 e é o primeiro no ‘reinado’ presidencial de Jorge Nuno Pinto da Costa a cumprir mais de quatro épocas seguidas no banco do clube do seu coração, pelo qual já atuou em 393 jogos como atleta ou técnico.
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