“Nestes momentos muito difíceis que atravessamos, apelo a que mantenham a calma e evitem tomadas de posição. Os órgãos sociais dos núcleos representam o Sporting e os seus associados localmente e por isso têm uma responsabilidade acrescida”, lê-se na missiva assinada pelo responsável pelo pelouro da expansão e núcleos do clube ‘leonino’.

Nesta comunicação, Bruno Mascarenhas enaltece que esta foi uma das áreas que mais cresceu, “ao longo dos últimos cinco anos”, detalhando o trabalho feito e identificando o que deve ser feito no futuro.

Entre os vários pontos, o dirigente ‘leonino’ destaca o debate, em fevereiro de 2019, no congresso dos núcleos, em Vendas Novas, sobre a distribuição de bilhetes para finais de competições em que o clube esteja envolvido, assim como a descentralização das assembleias de voto nas eleições.

“Foram cinco anos muito importantes para o Sporting e tenho a consciência do trabalho realizado. A família dos núcleos aproximou-se e a entreajuda entre todos é hoje assumida como algo natural. A lealdade comigo e com o presidente Bruno de Carvalho, o terem assumido esta cruzada e o empenho que dedicam ao Sporting no vosso dia-a-dia é algo que não esqueço nem nunca esquecerei”, prosseguiu.

Bruno Mascarenhas termina a missiva com o agradecimento aos colaboradores responsáveis pelos núcleos e com um agradecimento às próprias estruturas locais.

De acordo com o Diário de Notícias, Bruno Mascarenhas será o quinto elemento do Conselho Diretivo do Sporting a apresentar a demissão, depois de António Rebelo, Luís Loureiro e os suplentes Jorge Sanches e Rita Matos, mantendo-se, mesmo assim o quórum neste órgão social.

De acordo com o ponto 37.º dos estatutos do Sporting, “constituem causa de cessação do mandato da totalidade dos titulares do respetivo órgão social”, quando ocorre com a cessação do mandato da maioria dos membros do Conselho Diretivo.

Foram eleitos para este órgão o presidente Bruno de Carvalho, os vice-presidentes Carlos Vieira e António Rebelo e os vogais Rui Caeiro, Bruno Mascarenhas, José Quintela, Alexandre Godinho, Luís Roque, Luís Gestas e Luís Loureiro.

A polémica que envolve o Sporting agravou-se nos últimos dias, depois da derrota da equipa de futebol no domingo, no último jogo da I Liga de futebol, frente ao Marítimo, que fez o clube de Alvalade perder o segundo lugar para o Benfica.

Antes do primeiro treino para a final da Taça de Portugal, em que o Sporting defronta o Desportivo das Aves, a equipa de futebol foi atacada na Academia de Alcochete, na terça-feira, por um grupo de cerca de 50 pessoas, que agrediram técnicos e jogadores.

A GNR deteve 23 dos atacantes e as reações de condenação do ataque foram generalizadas e abrangeram o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, e o primeiro-ministro, António Costa.

Face às críticas, Bruno de Carvalho negou, em comunicado enviado à Lusa, qualquer responsabilidade pelo ataque na academia, rejeitou demitir-se da presidência do Sporting e anunciou que vai processar Ferro Rodrigues, bem como comentadores e jornalistas por o terem “difamado e caluniado” após os atos de violência em Alcochete.

Entretanto, a Mesa da Assembleia-Geral demitiu-se em bloco, vários membros do Conselho Fiscal e Disciplinar renunciaram aos cargos e parte do Conselho Diretivo também se afastou, enquanto o empresário Álvaro Sobrinho, patrão da Holdimo, detentora de 30% das ações da SAD do Sporting, pediu a demissão da direção.

No final do comunicado da noite de ontem, coube a Bruno de Carvalho a última palavra: “Em conclusão, caras e caros sportinguistas, não nos demitimos a bem do Sporting. Pelas responsabilidades que assumimos, por uma questão de trabalho que urge fazer e não por estarmos agarrados ao poder”.

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