O brasileiro Filipe Toledo e a australiana Stephanie Gilmore sagraram-se campeões mundiais da Liga Mundial de Surf (WSL), numa prova realizada num só dia.

No duelo final do Rip Curl WSL Finals, que decorreu, pelo segundo ano consecutivo, em Lower Trestles, Califórnia, à melhor de três baterias, Toledo superiorizou-se a Ítalo Ferreira numa finalíssima entre brasileiros. É o primeiro troféu na carreira do surfista nascido em Ubatuba, São Paulo.

Na competição feminina, numa finalíssima que opôs as duas surfistas que têm dominado o surf mundial desde 2007, a australiana de Nova Gales, Stephanie Gilmore e a havaiana Clarrisa Moore (Tyler Wright intrometeu-se nesta disputa ao vencer os títulos de 2017 e 2018), Gilmore recuperou o primeiro lugar da hierarquia mundial conquistada em 2018. Acrescenta o oitavo título mundial à contabilidade pessoal e passa a ser a surfista com mais campeonatos WSL, superando a compatriota Layne Beachley (7).

Antes de chegarem à finalíssima, fase para a qual Carissa Moore e Filipe Toledo, números 1 da hierarquia após a época regular, saltaram diretamente, Stephanie Gilmore (5.ª do ranking WSL) e Ítalo Ferreira (5.º) enfrentaram três “mata-matas” antes das três baterias decisivas.

A australiana afastou a costa-riquenha Brisa Hennessy (4.ª da hierarquia), a brasileira Tatiana Weston-Webb e a francesa, e única europeia, Johanne Defay. Na finalíssima, levou a melhor diante a pentacampeã mundial e medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, Carrisa Moore, ao vencer as duas baterias (15,00+15,23 contra 10,90+11,97). No mano a mano entre as duas é a 14.ª vitória de Gilmore. Moore, lidera esta disputa pessoal ao somar mais uma, 15.

Na atribuição do título masculino, Ítalo afastou Kanoa Igarashi, surfista japonês e os australianos, Ethan Ewing e Jack Robinson, nas três baterias a eliminar mas na hora de ser elevado em ombros na praia, a honra coube ao compatriota, Filipe Toledo.

Nos últimos sete anos, o Brasil ganhou cinco títulos mundiais, todos masculinos. A Austrália tem igual número, mas só que do lado feminino (Gilmore, 3 e Tyler Wright, 2). O Havai partilha o pódio mas, no caso, dividido entre masculino e feminino (dois de John John Florence, e três de Carrisa Moore).

Este foi a primeira vez que homens e mulheres disputaram as mesmas 10 etapas, nas mesmas ondas. O cut a meio da temporada (5.ª etapa), em argaret River River, Austrália, determinou o caminho dos top-5 masculino e top-5 feminino que chegou às WSL Finals ao contabilizar 9 das 10 paragens efetuadas.