“Sabemos que vamos defrontar uma equipa de qualidade num estádio muito inflamado. Vimos em Itália que eles são completos e fortes nos duelos. Conhecemos esse dado, de que as formações italianas sofreram muito nos últimos anos nas visitas ao FC Porto e preparámo-nos da melhor maneira possível, respeitando o adversário e, acima de tudo, olhando bastante para nós próprios”, observou o técnico, em conferência de imprensa.

Três semanas depois de terem deslizado em Milão (1-0), com um golo solitário do belga Romelu Lukaku, aos 86 minutos, os ‘dragões’ poderão forçar o prolongamento com uma vitória tangencial em casa, e seguirão para a próxima fase da prova se ganharem por mais de um tento.

“O FC Porto tem o mesmo objetivo do que nós e um conjunto forte, mas queremos jogar as nossas possibilidades. Quais as razões para confiar no Inter Milão? Tudo o que fizemos nesta prova. No dia do sorteio da fase de grupos, muitos jornalistas já achavam que estávamos perdidos, mas lográmos uma ótima classificação”, lembrou, aludindo à vice-liderança da ‘poule’ C, logo atrás do Bayern Munique, mas acima de FC Barcelona e Viktoria Plzen.

A inconstância tem afetado a temporada do Inter Milão, que já sofreu oito derrotas como visitante e perdeu em duas das derradeiras três jornadas da Liga italiana, nos terrenos de Bolonha (0-1) e Spezia (1-2), por entre um êxito na receção ao Lecce (2-0).

“Acho que perder a jogar assim em La Spezia [na sexta-feira] pode acontecer uma vez a cada 500 jogos, mas aconteceu e lambemos as nossas feridas. Sabemos que podemos dar um grande salto e voltar aos oito melhores da Europa. Há dois anos seguidos que o Inter chega aos ‘oitavos’, algo que não acontecia há muito tempo, mas queremos ir mais longe. A segunda parte [da eliminatória] será mais estimulante e vai ser precisa atenção máxima, porque o adversário está habituado a estas partidas”, agregou o antigo avançado.

O alemão Robin Gosens ficou ausente da convocatória, devido a lesão, ao contrário do eslovaco Milan Skriniar, que já recuperou dos problemas físicos sentidos na reta final da primeira mão, numa altura em que o técnico do vice-campeão italiano está sob pressão.

“Penso que nunca responderei a essas questões, sobretudo na véspera de um jogo de ‘Champions’. Já levo muitos anos no futebol e sei como este mundo funciona. Sei quem critica e por que motivo o faz, mas é no campo que se fala, tal como tem acontecido nos últimos meses”, concluiu Simone Inzhagi, sentado ao lado do médio Hakan Çalhanoglu.

Sem querer relembrar o desaire ante o Spezia, o internacional turco desejou o acesso do atual segundo classificado da Serie A – com 50 pontos, 18 abaixo do líder Nápoles – aos ‘quartos’ da Liga dos Campeões pela primeira vez desde 2010/11, época subsequente ao título vencido no Bernabéu (2-0 ao Bayern Munique) sob o comando de José Mourinho.

“Sabemos que vai ser um jogo muito difícil e conheço a atmosfera [do estádio], porque já joguei aqui, mas os meus colegas estão muito concentrados. Há que pôr o coração em campo, mas ter muita cabeça. Estamos preparados para todas as provocações que eles possam fazer. Digo isto com todo o respeito, mas eu conheço bem o futebol português e temos de estar preparados para isso. Eles deixarão tudo em campo para passar”, atirou.

À procura de se juntar ao Benfica nos quartos de final da Liga dos Campeões 2022/23, o FC Porto recebe o Inter Milão na terça-feira, a partir das 20:00, no Estádio do Dragão, no Porto, para a segunda mão dos ‘oitavos’, com arbitragem do polaco Szymon Marciniak.