“Trata-se de uma tentativa de tomarem o poder pelas armas”, declarou Igor Plotnitski no decurso de uma conferência de imprensa em Lugansk.

O líder pró-russo indicou que uma coluna de veículos militares foi enviada para Lugansk durante a noite em apoio dos golpistas, sem precisar de onde partiu. Segundo os 'media' locais, estes reforços militares partiram da outra região separatista pró-russa, a “República de Donetsk” (DNR).

A rebelião é dirigida pelo antigo ministro do Interior Igor Kornet, demitido das suas funções por Igor Plotnitski, mas que recusou o seu afastamento e ordenou na terça-feira o posicionamento de tropas do ministério do Interior na cidade, que cercaram os edifícios oficiais.

Hoje, de acordo com a agência noticiosa France-Presse (AFP), uma dezena de camiões circulava em Lugansk, enquanto quatro blindados e centenas de homens armados eram colocados no centro da cidade, frente à sede do governo e do ministério do Interior.

Igor Plotnitski parecia em dificuldades esta noite, dois dias após o início da rebelião, incapaz de retomar o controlo das forças de segurança que lhe escapam ao controlo.

No decurso da sua conferência de imprensa, reconheceu que o procurador da “República” e alguns dos seus adjuntos já foram detidos pelos seus opositores.

A “República de Lugansk” (LNR) e a DNR são duas regiões pró-russas que escapam ao controlo de Kiev desde o início da guerra, em abril de 2004, com as forças de Kiev com um balanço que ultrapassa os 10.000 mortos.

Kiev e os países ocidentais acusam a Rússia de apoiar militarmente os separatistas, uma alegação desmentida por Moscovo.

A Rússia ainda não reagiu à situação em Lugansk, e escusou-se oficialmente a apoiar qualquer dos campos em conflito. Interrogado hoje sobre esta questão, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, recusou qualquer comentário.

Em 2016 a LNR e a DNR foram palco de numerosos atentados, assassinato de diversos chefes de guerra e de purgas nas instâncias dirigentes.