Em fim de programa do último dos dez dias dos Mundiais de Londres, a IAAF fez questão de homenagear o mais mediático dos atletas e ofereceu-lhe emoldurado um pedaço do tartã utilizado nos Jogos Olímpicos de 2012, onde defendeu os títulos de 100 e 200 metros.

Bolt recebeu a prenda onde seria mais normal, junto à linha de meta, das mãos do 'mayor' de Londres e do presidente da IAAF, Sebastian Coe. Depois, ainda sem esconder a dor pela lesão da véspera, deu uma volta à pista, ovacionado por um estádio mais uma vez cheio, ao som de música reggae.

Era evidente o desconforto do atleta, sem a alegria habitual. Desta vez o sorriso de 'Thunder' Bolt só muito espaçadamente aparecia. Embrulhado na bandeira da Jamaica, como tantas vezes, era pela última vez o foco para as dezenas de fotógrafos na pista.

Nas bancadas, uma lotação de 60 mil espetadores estava em pé e aplaudia, no tributo ao atleta que já foi apontado como o melhor de sempre. Uma forma emocionada de reparar o que seria a saída pela ‘porta pequena’, no sábado.

Na última corrida da sua longa carreira, Bolt caiu na pista, vitimado por uma cãibra na perna esquerda. Estava na reta da meta, a 40 metros do final, a tentar colocar a Jamaica melhor do que terceira nos 4x100 metros.

Acabou por se levantar pelo próprio pé e chegar ao fim, amparado pelos colegas de equipa, com toda a gente a sentir que aquilo 'não podia ser' o final de carreira do já lendário velocista.

Por ganhar ficou a 15.ª medalha em Mundiais, num palmarés absolutamente fantástico, com títulos olímpicos e mundiais em 100, 200 e 4x100 metros, além de recordes ainda por bater.

Bolt cruzou pela última vez a linha de meta com a aparelhagem do estádio a passar Bob Marley. Depois, fez o seu célebre gesto, apontando ao céu, e saiu pelo túnel, em direção à lenda.