“Terra à vista”, gritou Francisco Lufinha, velejador e kitesurfer português, ao avistar a ilha da Martinica, Caraíbas, por volta das 11h00 de Portugal Continental.

Quatro horas depois (15h00 em Portugal Continental, 11h00 locais) chegava ao fim o propósito da viagem iniciada 47 dias antes, na Marina de Cascais, a 3 de novembro.

O antigo velejador e kitesurfer partiu a solo de Cascais a bordo de um kiteboard. A embarcação — que mistura as velas de um kitesurf com três cascos de um trimarã e uma cabine (desenhada por Lufinha) construída em Portugal — foi desenvolvida propositadamente para esta travessia oceânica.

Totalmente movida a energias renováveis e limpas, a embarcação foi puxada apenas por um kite e alimentada por 4 m2 de painéis solares que produziam 750 watts e um hidrogerador.

Este foi um “projeto que levou muito tempo a erguer, muita fé e muito suor. Há dois anos que estamos a preparar esta viagem”, uma ideia cozinhada na anterior travessia dos Açores a Lisboa, disse o kitesurfer em novembro passado, à partida, em Cascais, num encontro com a imprensa.

Durante a epopeia, Lufinha dormiu “numa rede a 30 centímetros do “chão”. Com um comando tipo PlayStation e um joystick comandou o kite (a uma altura de 40 metros). “600 metros de linhas para gerar energia e puxar o barco”, conforme anunciou antes da largada.

“A EDP Atlantic Mission foi de longe o desafio mais exigente física e psicologicamente que superei até hoje. Desde o desenvolvimento do barco, da preparação da travessia, até aos 47 dias em missão, foram muitos os momentos de tensão e um enorme teste à minha resiliência” disse Francisco Lufinha à chegada à Martinica.

A travessia do Atlântico foi a realização de “mais um sonho, mais uma conquista extrema e não podia estar mais satisfeito e com o sentimento de missão cumprida”, acrescentou.

Tendo feito uma paragem técnica nas Canárias, ilha de La Palma, a travessia entre as Canárias e as Caraíbas demorou 20 dias. O antigo velejador aguarda agora avaliação pelos técnicos do Guinness World Records, de forma a confirmar um novo recorde mundial: travessia mais rápida do Atlântico, a solo, num kiteboat.

Anteriormente, Francisco Lufinha havia registado três recordes de kitesurf, todos estabelecidos em Portugal, entre 2013 e 2017: Porto-Lagos, Madeira-Lisboa (2015) e Açores (2017).

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