“Não vou mudar. Estou hoje, mais do que nunca, com o Presidente Nicolás Maduro. Na Venezuela governa o povo. Amo-vos”, escreveu Maradona, na sua página oficial na rede social Instagram, em legenda a uma fotografia sua com um boné com a bandeira venezuelana e uma referência ao 04 de fevereiro, a data do primeiro golpe de Estado falhado do falecido Hugo Chávez, em 1992.
O atual treinador dos mexicanos do Dorados de Sinaloa assumiu o apoio ao governo de Chávez em diversas ocasiões, tal como ao de Maduro, do qual se apresentou como “soldado”, em 2017.
Juan Guaidó autoproclamou-se na quarta-feira Presidente interino da Venezuela, perante milhares de pessoas concentradas em Caracas.
O engenheiro mecânico de 35 anos tornou-se rapidamente o rosto da oposição venezuelana ao assumir, em 3 de janeiro, a presidência da Assembleia Nacional, única instituição à margem do regime vigente no país.
Maduro iniciou em 10 de janeiro o seu segundo mandato de seis anos como presidente da Venezuela, após uma vitória eleitoral cuja legitimidade não foi reconhecida nem pela oposição, nem pela maior parte da comunidade internacional.
Em 15 de janeiro, numa coluna de opinião publicada no diário norte-americano The Washington Post, Guaidó invocou artigos da Constituição que instam os venezuelanos a rejeitar os regimes que não respeitem os valores democráticos, declarando-se “em condições e disposto a ocupar as funções de Presidente interino com o objetivo de organizar eleições livres e justas”.
Os Estados Unidos, a Organização dos Estados Americanos (OEA) e quase toda a América Latina - à exceção de México, Bolívia e Cuba, além da Rússia, China e Turquia, que se mantêm ao lado de Maduro, que consideram ser o Presidente democraticamente eleito da Venezuela -, já reconheceram Guaidó como Presidente interino da Venezuela.
Por seu lado, a União Europeia defendeu a legitimidade democrática do parlamento venezuelano, sublinhando que “os direitos civis, a liberdade e a segurança de todos os membros da Assembleia Nacional, incluindo do seu presidente, Juan Guaidó, devem ser plenamente respeitados” e instando à “abertura imediata de um processo político que conduza a eleições livres e credíveis, em conformidade com a ordem constitucional”.
Da parte do Governo português, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, afirmou na quarta-feira o seu pleno respeito “à vontade inequívoca” mostrada pelo povo da Venezuela e disse esperar que Maduro “compreenda que o seu tempo acabou” e apelou à realização de “eleições livres”.
A Venezuela enfrenta uma grave crise política e económica que levou 2,3 milhões de pessoas a fugir do país desde 2015, segundo dados da ONU.
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