Descidas vertiginosas em cima de uma prancha de skate ou de patins nos pés a 90 km/h, manobras com as populares trotinetes, esqui alpino em patins em linha e outras modalidades genuinamente urbanas deram as mãos aos clássicos e tradicionais hóquei em patins, patinagem artística e de velocidade e deram à luz os Word Roller Games.
Por outras palavras, agrupadas numa nova federação internacional onze modalidades que correm sobre rodas disputam os respetivos mundiais num só evento. O mundo da patinagem apresenta-se renovado, mais moderno, urbano e recebeu um novo nome de batismo - World Skate.
O poder dos desportos radicais de rua ganhou em peso e em número perante as disciplinas tradicionais (oito em 11), ajudando a transformar o maior evento do mundo de patins e skateboard. A segunda edição do WRG2019 decorre em Barcelona, Espanha e junta 4120 atletas de 81 países e 11 disciplinas. 128 competições, individuais e de equipas, invadem pavilhões, rampas, ruas e passeios, transfigurando a cidade condal de quatro a 14 de julho.
Haverá espaço para o roller derby um revival do jogo popularizado por mulheres nos anos 40 do século passado no Estados Unidos da América, que combina patinagem e contacto, manobras de skate em rampas, parques, degraus, corrimões e passeios, as descidas, a pique, de patins ou com uma skateboard – pela montanha do parque de Montjuïc, provas de velocidade - e o esqui alpino em que os esquis são trocados por patins em linha e a neve pelo asfalto.
Hóquei em patins: a esperança portuguesa
A Itália, país com maior comitiva, apresenta-se com 445 atletas, seguido da Espanha, com 361. Portugal levará 52 atletas divididos pela patinagem de velocidade (12 atletas, sendo desses sete juniores e cinco seniores), artística (10 juniores, sendo três pares e oito seniores, com três pares) e hóquei patins sub-19 masculino (10), seniores femininos (10) e masculinos (10).
É no tradicional hóquei em patins que, para além de ser a maioria na representação, estão depositadas as maiores esperanças na obtenção de medalhas por parte da comitiva portuguesa.
Isso mesmo foi expresso pelo selecionador nacional sub-19 de hóquei em patins, Vasco Vaz, em declarações ao site da Federação Portuguesa de Patinagem, ao assumir que quer “voltar a ser campeão do mundo”, um título alcançado na primeira edição dos jogos, em 2017, na cidade chinesa de Nankín.
A competição dos mais jovens já decorre. Os mais velhos entram para o ringue com a esperança “de atingir a final” assumiu Renato Garrido, selecionador nacional, um desejo repartido por Nuno Ferrão, diretor técnico nacional. “O hóquei em patins espera lutar pelos lugares cimeiros em todas as seleções”, sublinhou.
Em relação às restantes modalidades, Ferrão destacou que a “patinagem artística é uma referência”, modalidade onde se destaca o par Pedro e Ana Walgode (que estiveram na primeira edição dos WRG), e espera melhores resultados na “velocidade”. Para Alípio Silva, a patinagem de velocidade partiu para Barcelona com o objetivo de alcançar “medalhas e estar no top10 mundial”, prometeu o selecionador nacional que destacou Diogo Marreiros.
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