“É incrível, estava à procura deste sonho já há muito tempo, desde que me qualifiquei da última vez. Foi uma experiência tão única, tudo o que eu queria fazer era chegar lá outra vez e acabei por concretizar. Fiquei superfeliz”, começou por dizer a algarvia de 25 anos, à chegada ao Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.
Quinta classificada em Tóquio2020, estreia da modalidade no programa olímpico, Hopkins voltará aos Jogos Olímpicos em Paris2024, depois de ter assegurado a vaga na quinta-feira, com a presença nas meias-finais dos Jogos Mundiais, que decorreram em Porto Rico.
“E, agora, quero ir para a próxima também [a Los Angeles2028]. Isto é sempre para ir. Eu estava já com esse objetivo e, depois, eu cheguei tão perto da medalha, fiquei com o quinto lugar, com o diploma. Eu quero mesmo chegar à medalha desta vez e trazer a medalha para Portugal”, declarou, nem hesitando quanto ao ‘tom’ do metal: “ouro, claro. Eu vou sempre para os mais altos”.
A competição de surf dos Jogos Olímpicos vai decorrer na famosa onda de Teahupo’o, no Taiti (Polinésia Francesa), a mais de 15.700 quilómetros da capital francesa, uma opção que entristece “um bocadinho” Yolanda Hopkins.
“Entrar na Aldeia [Olímpica], as cerimónias todas… é parte dos [Jogos] Olímpicos. Fiquei um bocado triste que vamos estar tão longe, mas faz parte. Acho que foi uma boa opção levar o surf para o Taiti. Eu espero só ter a oportunidade de voltar a Paris para o final”, acrescentou.
Apesar de nunca ter surfado em Teahupo’o, a olímpica lusa admite que “é um sonho” seu “ir lá surfar há já muitos anos”. “É uma onda muito perigosa, muito intensa, mas é uma das minhas coisas favoritas de fazer no surf, é ir para o tubo, e aquela onda é só tubo. Acho que me vou dar bem”, antecipou.
Tal como em Tóquio2020 — disputados em 2021 devido à pandemia de covid-19 -, Yolanda Hopkins estará acompanhada de Teresa Bonvalot, apurada desde abril de 2023, quando assegurou uma das oito vagas atribuídas através do circuito mundial da Liga Mundial de Surf, e se tornou na quarta qualificada portuguesa para Paris2024.
“Estou muito feliz porque vou com a Teresa outra vez, já é a nossa segunda ida. Acho que vai ser uma viagem incrível”, disse a recém-qualificada, já depois de a sua companheira de aventuras olímpicas defender a mesma premissa.
“É bom saber que vou aos Jogos com mais uma representante, acho que isso acaba por demonstrar a nossa qualidade, o nosso esforço, a nossa dedicação. Ainda não é desta que somos acompanhadas pelos rapazes, mas acredito que no futuro isso irá acontecer. Estou com muita confiança para irmos para os Jogos daqui a uns meses e representar a nossa bandeira ao mais alto nível”, declarou Bonvalot, à chegada a Lisboa, depois de ter alcançado também as ‘meias’ em Porto Rico.
A surfista natural de Cascais, de 24 anos, também esteve presente na estreia da modalidade em Jogos Olímpicos, conseguindo o nono lugar em Tóquio2020, e agora lamenta a distância da ‘cidade-mãe’ do “maior evento desportivo” mundial e o facto de falharem a presença na cerimónia de abertura, agendada para 26 de julho.
“Acho que faz sempre falta e é um momento muito importante. Felizmente, já o tivemos em Tóquio, mesmo com as devidas circunstâncias por causa da covid. Vamos tentar aproveitar tudo da melhor forma. Estamos lá, somos mais uma vez olímpicas, segunda participação olímpica. Acho que isso é algo que ninguém nos pode tirar, e é um sonho para qualquer atleta”, realçou.
No entanto, Bonvalot mostrou-se entusiasmada por surfar a onda de Teahupo’o, que conhece “bastante” por já ter assistido a muitos eventos naquela praia.
“É uma onda desafiadora, uma esquerda perfeita, um sítio paradisíaco. Em termos de melhor cenário, aquele é o melhor cenário. Agora, é esperar que tenhamos boas ondas para ter o nosso melhor surf”, manifestou, revelando que um dos seus objetivos é ir à famosa praia do Taiti antes dos Jogos, que decorrem entre 26 de julho e 11 de agosto.
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