Arménio Carlos, Deolinda Machado, Ana Avoila, Carlos Trindade, Augusto Praça, João Torres, Graciete Cruz e Fernando Jorge Fernandes deixam a comissão executiva da Intersindical no próximo congresso da central sindical, que se realiza em janeiro de 2020, porque já não podem cumprir outro mandato.
É que a CGTP tem um limite de idade para o acesso aos corpos sociais da central. Ou seja, os sindicalistas não se podem candidatar a um novo mandato quando têm a perspetiva de atingir a idade de reforma nos quatro anos seguintes.
O secretário-geral da Inter completará 64 anos em junho e termina o último mandato no final de janeiro do próximo ano.
Por isso, vai discursar pela última vez no palco junto à Fonte Luminosa, na Alameda Afonso Henriques, perante os milhares de trabalhadores que participam na manifestação da CGTP, mas não valoriza muito o facto.
"Vai ser um Dia do Trabalhador especial, mas não diferente. Quando entrámos para o movimento sindical foi para deixar o nosso contributo para o bem dos trabalhadores. Estamos aqui para servir e não para nos servirmos", disse Arménio Carlos à agência Lusa.
O sindicalista assegurou que irá participar neste 1.º de Maio com a mesma confiança e tranquilidade com que subiu ao palco há sete anos, após ter sido eleito secretário-geral da Intersindical.
Neste seu último discurso do Dia do Trabalhador, Arménio Carlos vai tentar passar a mensagem aos trabalhadores de que eles têm "o direito de exigir que se cumpram os seus direitos".
"Ao contrário do que temos assistido nos últimos anos, com os trabalhadores a produzir riqueza, mas sem respeito relativamente à distribuição da mesma", disse.
Segundo o sindicalista, o aumento dos salários em geral, e do salário mínimo em particular, "vai ser uma das reivindicações mais assumidas pela CGTP, neste 1.º de Maio".
"Um dos elementos fundamentais para o futuro é o aumento geral dos salários, (...) pois o aumento do poder de compra das famílias torna-se fundamental para o desenvolvimento da sociedade e do próprio país", afirmou.
A revisão da legislação laboral será outro dos temas abordar por Arménio Carlos.
"Não nos resignaremos a uma legislação do trabalho que acentue as desigualdades e a pobreza laboral", afirmou o líder da CGTP, criticando o Governo por não aproveitar a conjuntura política para melhorar as leis do trabalho.
Arménio Carlos irá ainda, em nome da CGTP, defender o combate à precariedade laboral e à desregulação dos horários de trabalho.
"É preciso regular os horários de trabalho, e nós vamos mais longe. Desde já [defendemos] que se comece a pensar na redução dos horários para as 35 horas semanais, sem qualquer redução salarial", defendeu.
* Rosária Rato/Lusa
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