Intitulado “A Inovação Aberta em Portugal: resultados do inquérito nacional” e apresentado hoje durante a segunda Conferência de Inovação Aberta em Portugal, promovida no Porto pela Agência Nacional de Inovação (ANI), o estudo sustenta que “a estratégia de inovação através do modelo de inovação aberta tem ganhos de eficiência assinaláveis relativamente aos modelos anteriores”, sendo “por isso inquestionável a centralidade da sua implementação com vista à potenciação do crescimento sustentável e responsável”.

“Verifica-se que boa parte das empresas ainda está a dar os primeiros passos neste caminho, preferindo essencialmente os influxos de conhecimento em detrimento da partilha, desperdiçando muitas vezes a sua tecnologia excedentária e os ganhos de tempo e recursos relacionados com a inovação partilhada”, conclui o trabalho.

Elaborado pelas universidades do Porto e de Aveiro, em colaboração com a ANI, o estudo refere que “as ligações às universidades caminham paulatinamente e parecem estar particularmente estabelecidas em determinados setores” – como as atividades de consultoria e programação informática e as atividades de arquitetura, engenharia e técnicas afins – importando “estender esta cultura de ligação a outros setores”.

Segundo sustenta, este é mesmo “um passo fulcral para o sucesso da política de especialização inteligente, onde a academia tem um papel central como produtor e difusor de conhecimento relevante que tornará mais eficaz a cultura de inovação numa lógica de partilha de custos e benefícios”.

“Sendo este o caminho natural da sustentabilidade, caberá à política pública estreitar os laços entre os agentes para que se crie um ecossistema inovador onde todos beneficiem das sinergias existentes nos ciclos virtuosos da inovação”, lê-se no trabalho, segundo o qual “urge o desenho de políticas públicas que acomodem os novos desafios da inovação aberta, vincando o papel das universidades na produção e difusão de conhecimento”.

A inovação aberta é entendida no estudo como a inovação que requer “a colaboração ativa dos diferentes agentes envolvidos no ecossistema inovador”, tirando partido de sinergias resultantes do “desenvolvimento exponencial das tecnologias de informação e da transformação digital, combinados com a divisão globalizada do trabalho, a intermediação tecnológica e as redes colaborativas formais e informais”.

“Este modelo resulta de processos colaborativos dinâmicos, envolvendo todo o ecossistema, destacando o papel dos fluxos de tecnologia e a sua multilateralidade”, refere, acrescentando que, “recentemente, as colaborações universidade-indústria foram trazidas para o centro do debate da política pública de inovação, dada a sua força catalisadora na promoção dos modelos de inovação aberta e consequentemente de um desenvolvimento sustentável e inclusivo”.