“O nosso cenário central continua a apontar para que o programa de compra de ativos termine em dezembro de 2018, sendo possível o anúncio de alterações ao programa, nomeadamente no que se refere ao montante das compras a realizar no último trimestre do ano”, segundo a analista financeira do BPI, Teresa Gil Pinheiro.
No entanto, acrescentou, no atual cenário de maior incerteza política no seio da zona euro não será de excluir a possibilidade de que a redução dos estímulos seja mais lenta, podendo o programa prolongar-se até ao primeiro trimestre do próximo ano.
Na reunião, o BCE apresentará a revisão do cenário macroeconómico, possivelmente realçando dois aspetos: a desaceleração dos indicadores económicos em 2018 e a recente volatilidade financeira.
Quanto às taxas de juro, a analista do BPI espera que as primeiras subida de taxa ocorram até meados de 2019.
O economista-chefe do Montepio, Rui Serra, prevê igualmente o final do programa apenas em dezembro de 2018, com o BCE a proceder a três meses de abrandamento das compras (entre outubro e dezembro), em que continuaria a compra dívida, mas em cada um dos meses a um ritmo inferior, terminando o programa no final do ano.
Do Santander Totta, Rui Constantino também não antecipa alteração nas taxas de juro nem na mensagem de que as taxas de referência permanecerão baixas para lá do término do programa de aquisição de ativos.
Do Banco Carregosa, Rui Bárbara mantém a expectativa do que irá acontecer no pós-setembro de 2018, data que o BCE estipulou para o fim da utilização de mecanismos pouco convencionais de ajuda aos países membros como foi o “Quantitative Easing”, e que é o programa que coloca o BCE como comprador de dívida dos países em dificuldades.
Do XTB, Eduardo Silva diz que a pressão para que seja discutido o final do programa de compra de dívida é “total”: “Draghi deverá continuar a evitar referir uma data para o fim do Quantitive Easing”, indica.
As taxas e o programa de compra de dívida deverão assim permanecer inalteradas e o banco central deverá inclusive referir que a política monetária irá continuar expansionista, mesmo depois do fim do programa de compra de dívida devido a preocupações com a inflação baixa.
Os aumentos deverão ficar adiados até 2019 e, mesmo nesse cenário, deverão ser graduais por forma a não comprometer o crescimento.
“A economia está forte e deverá continuar a registar dados económicos sólidos como vimos nos EUA. O fim do programa não representa uma inversão da política monetária que continuará expansionista por mais algum tempo”, disse.
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