De acordo com o último relatório sobre a Base Monetária Ampla do Banco Nacional de Angola (BNA), em outubro foram colocados em circulação (física) no país mais 7.873 milhões de kwanzas (40,1 milhões de euros), face ao mês anterior.
Desde janeiro, quando o dólar atingiu valores máximos de vários meses no mercado de rua, o BNA já retirou de circulação 63.812 milhões de kwanzas (325 milhões de euros), numa estratégia que permite valorizar a moeda nacional.
Ao retirar moeda nacional de circulação, o banco central angolano consegue travar a pressão cambial provocada pela cotação de moeda estrangeira (dólar e euro) no mercado paralelo, que serve de indicação a vários setores.
Em agosto, mês de eleições gerais em Angola, o dinheiro em circulação subiu para 451.023 milhões de kwanzas (2.300 milhões de euros), o melhor registo desde fevereiro. Contudo, de agosto para setembro registou-se uma nova quebra, de quase 4%, praticamente anulando o aumento do dinheiro físico a circular registado no mês anterior.
Agora, entre setembro e outubro, o dinheiro em circulação física em Angola aumentou 2%.
Um dos efeitos mais visíveis da descida do número de notas e moedas em circulação desde janeiro é a subida e manutenção do valor do kwanza no mercado paralelo, travando a valorização do dólar norte-americano nestas transações, ilegais, mas também a única solução para quem tenta, sem sucesso, aceder a divisas nos bancos.
Depois de máximos de 500 kwanzas (2,70 euros) por cada dólar, nos primeiros dias do ano, comprar a nota norte-americana no mercado paralelo desceu até aos 375 kwanzas (1,95 euros). Contudo, na última semana, essa cotação manteve-se acima dos 400 kwanzas (dois euros), face a previsões de desvalorização da moeda angolana.
A taxa de câmbio oficial cifra-se atualmente em cerca de 166 kwanzas (85 cêntimos de euro) por cada dólar, quando antes do início da crise das receitas do petróleo, ainda em 2014, era de 100 kwanzas.
No final de 2015, Angola tinha em circulação 519.588 milhões de kwanzas (2.643 milhões de euros).
Angola vive desde finais de 2014 uma profunda crise financeira e económica decorrente da quebra para metade nas receitas com a exportação de petróleo, tendo desvalorizado o kwanza face ao dólar em 23,4% em 2015 e mais 18,4% ainda no primeiro semestre de 2016.
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