O PIP é um plano que reúne as principais obras públicas, normalmente financiadas com recurso a linhas de crédito externas, mas que foi reavaliado devido à crise financeira e económica que afeta Angola.

Na proposta de lei do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2018, em discussão na especialidade, na Assembleia Nacional, até fevereiro, o Governo angolano prevê uma dotação global de superior a 165.000 milhões de kwanzas (655 milhões de euros) com os projetos PIP, nomeadamente a reabilitação de dezenas de quilómetros de estrada.

Só a construção da infraestrutura urbana da centralidade do Kilamba, no município de Belas, arredores de Luanda, com 10.000 fogos, está orçada, em 2018, em 15.825 milhões de kwanzas (62 milhões de euros).

Considerado um dos maiores do projeto do género em África, a cidade de Kilamba, inaugurada em julho de 2011, já conta com 20.005 apartamentos construídos, estando por isso, como anunciou em agosto de 2014, o Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, concluída a primeira de três fases do projeto.

O Plano Diretor da Cidade do Kilamba, cuja construção está a cargo de empresas chinesas, abrange uma área de 54 quilómetros quadrados e prevê a construção de 710 edifícios, 24 creches, nove escolas primárias, oito escolas secundárias e 50 quilómetros de vias.

Vivem nesta centralidade 55.000 pessoas, que contam com vários serviços de apoio social, nomeadamente um centro de saúde.

O Estado angolano procura agora parceiros para avançar com a sua expansão até aos 90.000 apartamentos, conforme prevê o plano inicial, através de parcerias público-privadas, investimento privado e cooperativas, tendo em conta as limitações ao investimento público, devido à crise.

A Lusa noticiou em 18 de agosto de 2016 que o Governo angolano vai avançar com a construção de mais 10.000 fogos nesta centralidade, tendo então aprovado um crédito adicional ao OGE de 2016.

Já em 2015 tinha sido escolhida a empresa chinesa CITIC para construir, sob contrato do Governo angolano, mais 10.000 fogos habitacionais incluídos na segunda fase do desenvolvimento da centralidade urbana do Kilamba.

Esta empreitada esteve condicionada pelas dificuldades financeiras que o país atravessa, devido à quebra nas receitas do petróleo, o que travou o investimento público nos últimos meses.

Segundo despacho presidencial de 05 de novembro de 2015, a que a Lusa teve acesso na altura, a primeira etapa da fase 2 – que o chefe de Estado anunciou há dois anos – prevê a construção de mais de 10.000 fogos habitacionais pela CITIC Construção Angola, por 607 milhões de dólares (489 milhões de euros).